Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

sábado, 24 de dezembro de 2016

O que está faltando para muitos pais é vergonha na cara


Não existe receita para criar filhos. Mas há algo que certamente não ajuda: a excessiva permissividade dos pais para com os filhos. É claro que se deve buscar a construção de uma sociedade livre e justa, que respeite todos os cidadãos. Basicamente todo mundo faz isso. Mas – sem citar nomes ou casos específicos e evidentemente sem ofender ninguém – quando, às portas de 2017, vemos pais e mães "comemorando" o fato de que o filho de três anos se veste como a Princesa Elsa (de Frozen) ou que no aniversário de 4 anos um menino escolheu como tema "A Pequena Sereia" e, mais, fantasiou-se como a própria durante a festa (com direito a peruca roxa e tudo), a maioria das pessoas se pergunta (embora quase ninguém fale a respeito, por medo de ser tachado disso ou daquilo)o que está acontecendo com os pais de hoje em dia?

Em encontro com bispos católicos na cidade de Cracóvia (Polônia) no dia 27/06/2016, o Papa Francisco disse (original no site do Vaticano, aqui):


"Na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina, na África, nalguns países da Ásia, existem verdadeiras colonizações ideológicas. E uma delas – digo-a claramente por nome e apelido  é o gênero! Hoje às crianças – às crianças! – na escola, ensina-se isto: o sexo, cada um pode escolhê-lo. E porque ensinam isto? Porque os livros são os das pessoas e instituições que dão dinheiro. São as colonizações ideológicas, apoiadas mesmo por países muito influentes. E isto é terrível. (...) Deus criou o homem e a mulher; Deus criou o mundo assim, assim e assim; e nós estamos a fazer o contrário. Deus deu-nos um estado inculto para que o fizéssemos tornar-se cultura; e depois, com esta cultura, fazemos as coisas que nos levam ao estado inculto! "

O psicólogo Rossandro Klinjey, doutor em Psicanálise, afirma categoricamente (maio de 2016. Programa Ideia Livre - TV Itararé - Campina Grande/PB) :

"Os pais do passado não se preocupavam em ser amados, mas não abriam mão de ser respeitados e com isso conseguiam o amor e o respeito. Infantilmente e de forma insegura os pais de hoje querem ser amados por crianças e adolescentes, que nenhuma sofisticação têm ainda para um sentimento tão nobre. Tentam ser amados mas não se fazem respeitados e ao final não conseguem nem o amor nem o respeito. Como criam crianças que não suportam um "não" ou frustrações ("não vou dar", "não vou comprar"), criam pessoas com incapacidade de suportar que a vida nem sempre lhes será favorável"


O que falta a muitos pais hoje em dia é vergonha na cara. Por medo de não serem amados, nunca dizem "não" e acabam virando reféns dos próprios filhos, em vez de comandá-los. Falta é respeitar o que a natureza fez por seus filhos. Falta comportar-se dentro daquilo que mais respeita as crianças enquanto futuros cidadãos: ensiná-los a ser boas pessoas e respeitar, sim, as escolhas dos filhos  quando eles tiverem discernimento suficiente para tanto. 

Nas redes sociais, para passar a impressão de serem "descoladas", "antenadas", "legais", "modernas",  muitas pessoas ficam dando lição de moral nos "antiquados", como se criar um menino como menina fosse algo libertador, grandioso e como se dar uma boneca ou uma casinha para uma menina a colocasse em posição de inferioridade. Pelo amor de Deus! Olhem para meninas e meninos da mesma idade e vejam as diferenças evidentes entre eles! Algumas pessoas destilam suas frustrações de infância dizendo que é preciso deixar as crianças fazer o que bem entenderem, como se isso não fosse criar outros problemas A título de "respeitar as escolhas" de crianças de três ou quatro anos, acabam por não cumprir suas próprias obrigações como pais: orientar os filhos. Quem disse que meninas têm que ser criadas como se meninos fossem? Parece ridícula a pergunta, mas... que mal há em vestir um menino como menino e uma menina como menina, se Deus os fez assim?

Sem comparar uma coisa com outra  até porque crianças não têm noção das coisas  mas se um menino bate no coleguinha, seus pais "respeitam o jeito de ser da criança" ou explicam que não é assim que se age? O que se deve fazer quando o filho pega um bombom na padaria e leva para casa... "respeitar as escolhas" dele? Acaso uma criança de três anos comendo areia deve ser "respeitada em suas opções alimentares" ou orientada que isso faz mal? Se um menino  exatamente por mal ter noção da diferença entre homens e mulheres pede para andar de saia e salto alto como a mamãe (ou se uma menina pede para usar cueca como o papai), ele deve ouvir que não é assim que meninos se vestem ou os pais devem ficar paralisados ante essa "escolha", justificando sua incapacidade de explicar o óbvio culpando a sociedade por ser "preconceituosa"? 

Cada família, seja ela como for, tem o direito de escolher a hora de explicar para as crianças como funciona o mundo, o quanto é necessário o respeito entre as pessoas e o que vêm a ser as escolhas que cada um faz para sua vidaMas é preciso dar tempo ao tempo; é preciso tratar crianças como crianças, sem antecipar fatos e sem queimar etapas. Feito isso, que se respeite o que cada um escolher para si, sem que seja discriminado por suas escolhas. O jornalista Alexandre Garcia disse algo óbvio, evidente, incontestável:

"Todos nascem com sexo biológico. Como no reino animal, na classe dos vertebrados, mamíferos, na ordem dos primatas, na família dos hominídeos e aqueles do gênero humano (é isso que diz a Biologia), nascemos machos e fêmeas. É um fato biológico. Não é a ideologia que marca o nosso sexo."

É fácil exaltar o fato de que crianças não têm preconceitos, porque isso é verdade, já que crianças também não têm conceitos. Ocorre que os conceitos são construídos dentro da sociedade e não fora dela, porque ninguém vive numa ilha deserta. Para escolher é preciso conhecer e por isso é preciso dar às famílias o direito de ensinar as crianças dentro daquilo que lhes parece correto. Assim sendo, quem quer criar os filhos como sendo de outro sexo que o faça, mas por gentileza não fique acusando as famílias tradicionais de serem isso ou aquilo ou de estarem agindo da forma errada, pois cada um faz o que acha melhor para seus filhos, eis que crianças simplesmente não sabem como é a vida e por isso precisam de... pais! 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Até quando acerta a FIFA erra

A emblemática imagem do lance do "Ceguinho do Maracanã" mostra que a FIFA sempre teve compromisso com o erro, não com o acerto: mesmo estando a poucos metros do gol, um auxiliar fez questão de não ver que a bola entrou 33 cm num jogo do Vasco da Gama contra um outro time (que curiosamente sempre foi beneficiado por "erros" da arbitragem). Para os milhares de espectadores no local, milhões em casa e para as 20 câmeras da transmissão a bola entrou, mas não se podia ir à beira do campo para olhar o lance no vídeo.

A título de "não inviabilizar a prática do jogo nos lugares onde não é possível usar a tecnologia" ou de "não tirar o elemento humano do jogo", erros grotescos prejudicaram inúmeros clubes e seleções, mesmo em épocas em que as imagens já poderiam ser usadas para evitar que o resultado fosse mudado por conta de incompetência ou má-fé. Sem falar que poderiam ser desenvolvidos programas para ajudar ainda mais, mas os dirigentes sempre resistiram a isso.

Zagueiro (de preto) puxa a perna do atacante (SporTV) 
Início: atacante dentro da área; zagueiro fora (Fox Sports)
Quando finalmente a FIFA acerta e, num jogo da Copa do Mundo de Clubes, pela primeira vez usa o vídeo para auxiliar o árbitro, ocorre algo impressionante: tanto o árbitro assistente de vídeo quanto o árbitro principal viram que houve pênalti (à esquerda) numa jogada, o que não havia sido notado inicialmente... mas eles simplesmente se esqueceram de observar que antes do pênalti houve impedimento (abaixo) do jogador Nishi, exatamente o que sofreu a infraçãoComo é que o mundo inteiro sabe disso, mas os árbitros deixam passar???? 

Pior: em vez de reconhecer o óbvio e afirmar que o sistema está sendo e será aprimorado, a FIFA teve a coragem de soltar uma nota onde defende o indefensável, inventando que Nishi foi considerado "não estar em impedimento por ser incapaz de desafiar o oponente pela bola", talvez porque o lançamento não foi exatamente na direção dele. Mas não há dúvida de que o atacante disputou o lance: tanto o jogador era capaz de desafiar o oponente que deu um tranco nele e depois, indo ambos em direção à bola... sofreu o pênalti!!!! O vídeo:



Em suma: até quando faz o certo, a FIFA faz errado...

Atualização às 15:25 h de 15/12/2016: no segundo jogo importante do Mundial de Clubes, houve outra lambança... veja aqui.
Fontes: SporTV, Globo Esporte, Fox Sports, Veja, Youtube.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Não existe piada politicamente correta: o "bullying-arte" de Léo Lins

A plateia, um microfone e no palco um jovem comediante que se define como alguém que tem "humor inteligente e ácido e adquiriu fama de escrever piadas sobre qualquer assunto e por representar o chamado “bullying-arte (piadas de insulto e humor negro)": é o que basta para o excelente Léo Lins fazer todo mundo rir desmedidamente, falando "do cotidiano ao esdrúxulo".

E o melhor: ele não se preocupa com a irritante censura moderna das "redes sociais antisociais", não! Vai lá, faz a piada dele e pronto! Por exemplo: no ótimo show "Piadas Secretas", em exibição na Netflix, ele diz que a cidade em que esteve e que tinha mais gente feia foi... Campos! Segundo ele, "quem quiser fazer um filme de zumbis em Campos só precisa contratar os humanos, porque o resto a cidade provê naturalmente" (kkkkk). Quem quiser ficar ofendidinho com a zoeira de Léo, inventar que ele ofendeu os campistas, ou achar que ele é zumbifóbico... pode ir se queixar ao bispo. É só humor! Veja:


É chegado o momento de novamente se permitir aos comediantes fazer troça do que bem entenderem: comediantes não devem ser levados a sério, porque fazem... comédia! O que não pode é se permitir apenas a humoristas gordos que façam piadas de gordo; a nordestinos que zoem nordestinos; a humoristas negros que brinquem com negros; a humoristas gays que chamem gays de 'bicha', negando-se tais direito aos demais artistas que não façam parte de alguma "minoria". Afinal de contas, só existem dois tipos de piadas: as engraçadas e as sem graça , porque a liberdade de expressão assim o permite. O que não existe é "piada politicamente correta".

sábado, 26 de novembro de 2016

Vasco 2017: a volta dos que não deveriam ter ido

Com a vitória de hoje o Vasco da Gama volta a seu lugar de direito após um "ano sabático" (nós não pagamos à Portuguesa para cair no nosso lugar!): a elite do futebol brasileiro.

Para 20127 é preciso almejar a preparação de um time grandioso, que almeje não apenas permanecer na série A ou conseguir vaga na Sulamericana ou na Libertadores, mas sim vencer todos os campeonatos que participar (o tetracampeonato Carioca - já que vencemos em 2014 (mas fomos roubados), 2015 e 2016 - é quase uma obrigação), isso sim algo condizente com a história do Vasco da Gama.

Que venha a nova temporada!

Em festa, inferno comemora a chegada de Fidel Castro

Quando alguém morre, imediatamente sua legião de fãs triplica: gente que nem sabia o que fazia o falecido corre para se mostrar enlutado. É patético. 

Agora que o canalha Fidel Castro faleceu, os marxistas bocós (perdão pela redundância), que dizem que o facínora Che Guevara foi um mártir, tentam fazer o mesmo com o cubano. 

Mas a História já lhe reservou uma cadeira cativa no inferno.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá


Nos anos 70 uma peça teatral de autoria de Fernando Melo fez muito sucesso: "Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá" é uma comédia que ainda hoje desperta o interesse em todo o país.

Na peça um campista sonha ter sucesso como médico na capital, mas acaba no subúrbio do Rio com um amigo que sonhava ser Greta Garbo, a enigmática estrela de Hollywood: com cara de funeral, abraçados, eles conversam sobre o fato de que a vida é uma merda, mas que seriam instalados postes cor-de-rosa na cidade e que há um mundo de gente em Campos doida para ir morar no Rio...
O original da peça, datilografado pelo próprio autor em 1970. Fonte: "Rasuras de Greta Garbo", de Arivaldo de Souza.

sábado, 12 de novembro de 2016

O que Campos precisa (parte 1 - Esportes: a Vila Olímpica do Parque Esplanada)

Sempre é bom seguir o adágio "A César o que é de César": pouco interessando as pessoas em questão, quando ideias e atitudes merecerem críticas elas devem ser feitas, o mesmo valendo para elogios. Criticar por criticar ou menoscabar absolutamente tudo que uma pessoa ou grupo faz ou diz é coisa de quem tem pouco apreço pela democracia e/ou muito apego ao poder.

Como cidadão campista que ama sua cidade, tem orgulho dela e caminha pelos quatro cantos do município, é claro que observo muitas coisas certas e erradas em nossa Campos. Se pouco opino a respeito é porque - embora não haja proibição alguma de que eu me manifeste - opto por não entrar em questões referentes a casos concretos, já que trabalho na Justiça Eleitoral (aí aplica-se outro ditado romano: "A mulher de César não basta ser honesta: é preciso parecer ser honesta).

Dito isto trago a seguir algumas imagens de um projeto recém inaugurado em nossa cidade, com o qual fiquei encantado: a Vila Olímpica do Parque Esplanada (não falo de outras Vilas, terminadas ou não: só conheço essa).
O espaço é excelente, fica num ponto central do bairro e há acesso fácil. Na foto acima é possível ver que ao lado da Vila há uma creche municipal (que também é muito boa e bem cuidada), sendo possível fazer a interação entre as atividades de ensino e lazer.
Lá vi crianças daquela comunidade felizes tendo aula de natação (havia um guarda-vidas do Corpo de Bombeiros) e seus parentes orgulhosos aguardando-os para levá-los de volta às suas casas. 
Penso que deveria haver um posto da Guarda Municipal no local, para evitar uso abusivo do mesmo, como já ocorreu em outras cidades. 
Não sei se por falta de espaço, mas chama a atenção o fato de não haver no local uma pista de atletismo (o que dá margem a que se questione o termo "Olímpica") nem campo de futebol, mas há uma quadra à disposição da população e uma piscina muito bem cuidada. Existem vestiários e um espaço para recreação infantil.

No local há também um salão de festas, que também está à disposição das pessoas do bairro, com bastante espaço. É preciso assinar um termo de compromisso para usar o local.
Seria uma boa ideia utilizar tal espaço durante o dia para a prática de artes marciais.

Parece-me um projeto que deve ser continuado, aprimorado e, se houver possibilidade, levado a mais lugares, porque é de coisas assim que precisamos para proporcionar a nossas crianças chances de lazer: uma política de incentivo ao esporte passa muito mais por instalações adequadas e acessíveis ao público-alvo do que pela montagem de equipes profissionais, por exemplo.

Não precisamos fabricar campeões: precisamos dar ocupação aos menores, principalmente aos menos favorecidos. É preciso apresentar às pessoas oportunidades para que pratiquem esportes, isso sim.
À comunidade do bairro, além de usufruir do espaço, é preciso sobretudo ajudar a cuidar dele, porque exatamente por tratar-se de coisa pública é que a Vila Olímpica é de todos. E se é de todos não pode ser de um ou outro que venha a destruir o que dá tanto trabalho e é feito com dinheiro que sai do bolso de todos nós, inclusive daqueles que nunca irão lá.

Aceita, que dói menos!

Nos EUA temos visto protestos violentos contra a eleição de Donald Trump. Pergunto: o que querem esses arautos da 'moralidade igualitária'? Fosse inversa a situação certamente os hoje manifestantes chamariam os eleitores de Trump de tudo quanto é nome!
Foto: O Globo/Stringer/Reuters
Se dois dias após a eleição da candidata democrata* acontecessem protestos dizendo "Hillary não é minha presidente", a primeira e mais simples das acusações proferidas pelos politicamente corretos e pela imprensa que os adula seria de "machismo", ainda que se tratasse também de gente do sexo feminino...

Claro, assim como no Brasil - onde desocupados querem ocupar uma universidade e reclamam por serem impedidos à força (tem outro jeito?) e eleitores esperneiam denunciando fraudes imaginárias nas eleições, mas apenas quando seus candidatos perdem - os vândalos americanos chamariam quem votou em Trump de... "fascista"! Sem contar as caquéticas e vagas acusações de "racismo", "xenofobia", "abuso" e outros mi-mi-mis contra os quais o mundo já está reagindo (leia)

É simples, gente: aceita a vitória do adversário, deixa o cara trabalhar e fica quieto, que dói menos. Daqui a 4 anos tem eleição de novo e aí os democratas podem apresentar outro candidato para disputar a Casa Branca.

Embora candidata à Casa Branca, em busca de votos Hillary flertou com o discurso fácil do populismo marxista e usou e abusou do maniqueísmo "nós contra eles" e "a esperança contra o medo". Talvez por isso tenha perdido uma "eleição ganha".

OBS - Aposta: iniciado o governo de Trump essa gente chata pedirá o impeachment, por qualquer besteirinha que ele falar ou fizer. Anote aí.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

EUA chamam o síndico Donald Trump (ou "Politicamente corretos de todo o mundo em pânico")

O mundo está aos poucos dizendo um "não" à praga politicamente correta e se livrando dos censores virtuais do comportamento alheio. Ninguém aguenta mais esse mi-mi-mi das minorias barulhentas que querem impor a todos um padrão de comportamento.

Primeiro foi a Argentina que deu um "bota fora" na populista Cristina Kirchner; depois a exagerada política alemã de acolhimento de refugiados impôs uma derrota ao partido da Primeira Ministra Angela Merkel nas eleições regionais; o Brasil varreu do mapa os simpatizantes do bolivarianismo (que estão prestes a ser escorraçados também na Venezuela); agora os EUA elegeram Donald Trump, contra tudo e contra todos.


Por mais de um ano a imprensa do mundo inteiro deixou de lado sua missão de informar e deturpou as opiniões de Trump, a ponto de todas as ideias dele serem resumidas a "xenofobia", "racismo", "abusos" e "insultos", como se ele não estivesse encarnando um personagem que tentava captar as demandas do povo daquele país e dizer o que a "maioria silenciosa" queria ouvir. Tanto que venceu...

Durante toda a campanha americana ele foi vendido ao mundo pela imprensa como o grande vilão (a cara feliz de Willian Bonner dando como certa a vitória de Hillary Clinton na terça, em contraste com a sisudez do mesmo Bonner na quarta tendo que anunciar Trump como vencedor é prova disso), como uma ameça. Todas as pesquisas indicavam a vitória dos populistas Democratas com folga. Até mesmo membros do Partido Republicano abandonaram o magnata, mas todos terão que aturá-lo por quatro anos como o homem mais poderoso do mundo.

Ora, os americanos parecem estar preocupados com seus empregos, seu modo de vida, a manutenção do tal "american way of life". Além disso o resultado indica que o excesso de estrangeiros naquele país está sendo visto como um dificultador para os estadunidenses. Ora, estrangeiros sem documentação são ilegais e, por isso, passíveis de deportação em qualquer lugar do mundo, mas as propostas de Trump foram divulgadas como se de nazismo se tratasse... Seria tudo isso xenofobia ou racismo? Claro que não: é "farinha pouca - meu pirão primeiro". 

Donald Trump é falastrão e exagerado. O episódio do vídeo de onze anos atrás, onde ele posa de galã por ser rico ("quando se é famoso, mulheres deixam que você faça qualquer coisa") mostra isso, mas essa notícia requentada correu o mundo como "abuso" e "linguagem imprópria". Ora, não se pode mais ser sem noção? Convém lembrar: a liberdade de expressão engloba o direito de dizer besteiras (e Trump o exerce, sem dúvida).

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Mudar a data do ENEM por causa de ocupações é uma vergonha

Por vezes o cidadão de bem deste país fica sem saber se vale à pena ser honesto, cumpridor dos seus deveres, responsável. Afinal de contas, de uns tempos para cá foi inventada uma teoria fajuta - repetida seguidamente pela imprensa como se fosse uma verdade absoluta - que diz haver na Constituição autorização para que ocupantes de uma escola pública não possam ser retirados de lá pela Polícia, que é o que manda a lei. (a postagem "Não existe 'direito de ocupar', mas existe 'obrigação de desocupar'", de maio de 2016, mostra todos os artigos que dão base legal para uma ação efetiva do Estado frente aos invasores).

Parece mentira, mas em 2016 uma autoridade precisa ter coragem para fazer o óbvio! Não se trata de democracia e sim imposição da vontade de uma minoria à imensa maioria da sociedade. As pessoas ficam se perguntando aonde estão o Ministério Público deste país, o Ministério da Justiça e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública, que não resolvem o problema (tem que ter a tal "vontade política")

O fato é que é vergonhoso o Ministério da Educação curvar-se perante uma meia dúzia de invasores baderneiros e prejudicar milhares de estudantes em todo o Brasil, causando um prejuízo de milhões aos cofres públicos só porque um bando de marionetes alienadas quer ficar de mi-mi-mi, se dizendo contra uma PEC ou contra a reforma do ensino médio, mas na verdade querem mesmo é que a escola continue a ser um local de formação de militantes, em vez de cidadãos. É uma demonstração de fraqueza sem precedentes.

Se o lema da nossa Bandeira é "ordem e progresso", é preciso mostrar isso claramente a esses jovens que aderiram à delinquência, porque como os impostos são pagos por todos, a escola não é dos alunos: é de todos, porque é a comunidade que se beneficia da escola, não apenas os alunos

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Em time que está ganhando não se mexe: 98ª ZE bate mais um recorde


Desde 2010 a 98ª ZE é a primeira Zona Eleitoral em Campos a terminar a apuração, chegando ao ponto de, em 2014, já ter o resultado da votação às 17:39 h - o que é espantoso se considerarmos o fato de que são 160 seções espalhadas em 29 locais de votação, com cerca de 54 mil eleitores.

No dia de ontem a 98 foi a responsável pela instalação das Mesas Receptoras de Justificativas, visando atender eleitores de cidades onde haveria segundo turno. Apesar de contar com uma equipe de apenas 12 mesários, foram realizados 2.032 justificativas (em média 1 minuto para cada atendimento)

Apesar de tal número depender da demanda apresentada a cada eleição, o fato é que nunca foram feitas tantas justificativas num só dia em Campos. Recebemos inúmeros elogios, não foram registrados incidentes graves e, por curiosidade, houve quem dissesse que tudo estava organizado porque "desta vez não haviam mesários, só funcionários do TRE", o que não é verdade já que apenas duas pessoas do quadro do TRE estavam no local: todos os que trabalharam nas MRJ's eram mesários sim, gente do povo que nos prestigia a cada eleição emprestando sua capacidade e dedicação à causa da 98ª ZE.
Todo o sucesso alcançado nos últimos anos demonstra inequivocamente que a logística implantada funciona perfeitamente, não precisa ser mudada e, principalmente, que as cerca de 850 pessoas que trabalham nas Eleições com a 98ª são extremamente competentes.

Abaixo mostro a equipe que tenho o orgulho de chefiar: na verdade são eles os responsáveis nos proporcionar a sensação de dever cumprido... 
Maria Luiza, Manoel Carlos, Sâmea, Gislane, Bubu, Dorlany, Rogério, Alex, Sérgio, Dérick, eu, 
Bruno, Cláudia, Leandro, George, Luiza, Lima (GCM) e Oliveira (PM). Na foto, Marcel.

sábado, 29 de outubro de 2016

Numa eleição às vezes escolhe-se não o melhor, mas o menos pior

Imaginem a situação de um torcedor apaixonado pelo Vasco da Gama que, para salvar sua vida é obrigado a vestir a camisa de um time adversário, tendo como opções usar a vestimenta do Corinthians ou a daquele time vermelho-e-preto: qualquer que seja a opção não se dará dentro daquilo que o torcedor acha ideal e, na verdade, estará ele escolhendo entre duas coisas que não gosta. Parece razoável supor que nosso vascaíno seria Timão desde criancinha...

Pois bem: em eleições o cidadão é instado a escolher entre candidatos previamente selecionados pelos partidos políticos. Isso muitas vezes faz com que nomes que poderiam ser interessantes como opção para os cidadãos acabem ficando pelo caminho por ocasião das convenções partidárias, sendo que para conseguir a candidatura é preciso que o pré-candidato reze pela cartilha do partido. Seria interessante que no Brasil fosse possível que as pessoas pudessem candidatar-se sem precisar de filiação partidária, mas trata-se apenas cogitação.

Então, principalmente no segundo turno, o eleitor é chamado a escolher entre duas opções que talvez lhe pareçam ruins - ou até péssimas - mas essa é a regra do jogo: como votar nulo ou em branco não é protesto algum, é preciso escolher a opção menos ruim para os próximos quatro anos.
Simples assim.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Tudo pronto para o recebimento das justificativas do segundo turno em Campos

A Justiça Eleitoral de Campos já está preparada para receber os cidadãos que estarão em Campos no próximo domingo, dia 30, mas são eleitores dos municípios onde haverá segundo turno, para que possam justificar suas ausências à votação.

Durante a última semana vários sites de notícias, emissoras de rádio e TV's da cidade divulgaram para toda a comunidade campista que as Mesas Receptoras de Justificativas (MRJ's) funcionarão no saguão do prédio que abriga as Zonas Eleitorais de Campos, na Av. Alberto Torres, 81, esquina com Av. Beira-Valão, no Centro.

Para justificar é preciso apresentar documento oficial com foto e saber o número do título de eleitor.
Entre servidores, mesários, policiais e guardas municipais serão cerca de vinte pessoas trabalhando em Campos para bem atender a todos que buscarem tal serviço no domingo.
Maiores informações sobre o tema podem ser lidas na postagem "Como justificar a ausência no dia do segundo turno da Eleição 21016?". 
Quem não justificar no domingo terá prazo até 29 de dezembro de 2016 para fazê-lo, mas aí terá muito mais trabalho, conforme expliquei no texto "Como fazer justificativa eleitoral pela internet" ou precisará pagar multa, cujo valor - acredite - é destinado integralmente aos partidos políticos, via Fundo Partidário.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Como fazer justificativa eleitoral pela internet

Sendo no Brasil o voto obrigatório, quem não comparece às eleições tem que justificar sua ausência. Há duas situações:

1 - No dia da votação a pessoa justifica sem ter que explicar o porquê da ausência, bastando comparecer a um local de votação ou Mesa de Justificativas com documento oficial com foto e número do título de eleitor (sobre o tema leia "Como justificar a ausência no dia do segundo turno da Eleição 2016?");

2 - Quem não justifica no dia da eleição tem o prazo de 60 dias para fazê-lo (exceto se estiver no exterior quando da eleição: aí o prazo é de 30 dias a contar do retorno ao Brasil). Neste caso o eleitor tem que fazer requerimento apresentando ao Juiz Eleitoral os motivos da ausência, juntar as provas do que foi alegado e aguardar para ver se o Juiz vai deferir o pedido ou não. É apenas desta hipótese que trata esta postagem.

Em 2016 os prazos para justificar são: 01/12 para quem faltou ao primeiro turno e 29/12 para quem faltar ao segundo  preciso fazer um requerimento para cada turno e a justificativa de um não apaga a falta ao outro). Atualmente a justificativa pode ser feita também via internet, se a pessoa for eleitora de um estado que participe do Sistema Justifica, como o Rio de Janeiro.

Em tal modalidade é preciso digitalizar os documentos que comprovem o alegado no requerimento de justificativa (ex: atestado médico, declaração do empregador de que a pessoa estava trabalhando embarcada etc) e anexá-los ao mesmo: sem que esteja tudo certo não será o pedido recebido pela Zona Eleitoral; estando nos devidos termos, a justificativa feita "on-line" seguirá os mesmos trâmites da apresentada diretamente no Cartório, sendo a questão decidida pelo Juiz Eleitoral.

Vale lembrar que "requerer justificativa" não significa que o Juiz vá acatar o pedido. Mas, de uma forma ou de outra, quem fizer a justificativa através do site do TRE/RJ será informado da decisão via e-mail: se houver deferimento a Zona Eleitoral digitará no sistema um código que retire a falta à eleição; em caso de indeferimento do requerimento de justificativa o eleitor terá que pagar multa, cujo valor será destinado não à Justiça Eleitoral, mas sim aos partidos políticos, conforme prevê o inciso I do artigo 38 da Lei dos Partidos Políticos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Baioneta não é voto e cachorro não é urna: se o Sul quiser se separar do Brasil, qual o problema?

Bandeira do Movimento "O Sul é o Meu País"
Recentemente tem crescido o número de brasileiros sulistas que dão apoio à causa separatista: grupos de pessoas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pretendem declarar a independência do bloco em relação ao Brasil. E com tal crescimento voltam a surgir acusações - como sempre levianas - de que que tal sentimento nacionalista seria baseado em racismo, preconceito, intolerância ou coisa que o valha, como fazem crer setores da imprensa e algumas pessoas que discordam do movimento, cuja representatividade, se não pode ser desprezada, ainda está longe de ser inquestionável.

Na véspera da eleição 2016 foi realizado - extraoficialmente - um plebiscito na região, fato noticiado por grandes jornais como o Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo e pelo SBT. Segundo os organizadores*, mais de seiscentas mil pessoas manifestaram-se a favor da separação, 95% do total. Tudo foi realizado de forma ordeira e não houve qualquer incidente. Seria interessante que junto com a eleição de 2018 os eleitores dos estados do Sul respondessem a um plebiscito sobre a independência: somente com a soberana manifestação popular é possível saber como proceder a respeito.

Em algum momento da história o Uruguai fez parte do Brasil como "Província Cisplatina", mas hoje é um país independente. Sim, não existiam na ocasião os laços nacionais do caso atual, mas querer proibir os estados do Sul de declarar independência é o mesmo que obrigar uma pessoa a permanecer casada contra a própria vontade, apenas porque está escrito na certidão de casamento que assim o é: uma coisa é a união do homem e da mulher visando a criação da família, cuja união se pretende indissolúvel; outra bem diferente é a manutenção desse vínculo contra a vontade de um dos dois.


Interessante notar que muitos dos que reclamam do separatismo sulista e tacham o movimento de ser o que não é, apoiam causas como Palestina em relação a Israel**, Escócia ante Reino Unido e Catalunha versus Espanha (e estranhamente inventam argumentos para tentar anular o Brexit - a saída do Reino Unido da União Europeia), mas negam àquela região o direito de querer cuidar de seu próprio destino, o que é absolutamente legítimo, como também o são os outros casos citados.


Fonte: Gazeta do Povo
Ora, se a maioria dos sulistas achar que eles devem criar um país à parte, por que deveria o resto do país impedir? Certamente alguém citará a Constituição da República - que logo em seu primeiro artigo proíbe a secessão - ou a Lei de Segurança Nacional, que prevê como crime tentar separar parte do território nacional para criar outro país. Convém lembrar, entretanto, que nunca na História um movimento separatista esteve "dentro da lei"...

Mas as verdadeiras questões são: usaremos as Forças Armadas para impedir, à base de baionetas e cães ferozes, que o sul se torne um país? Levaremos à cadeia os líderes do movimento, apenas por manifestarem sua liberdade de pensamento? Manteremos em vigor no Brasil tal liberdade, desde que não se pense em separatismo? Independente de ser o uso da força legalmente possível, negaremos a validade do princípio da autodeterminação dos povos? Alguém pode - sem recorrer a acusações infundadas e argumentos panfletários - negar os argumentos e números apresentados pelos sulistas? Como dizer que o novo país não teria excelentes chances de prosperar

Penso que o Brasil é e deveria permanecer um só, mas não se pode negar que o sentimento nacionalista hoje crescente no Sul decorre não de intolerância para com o resto do país e sim da natureza dos sulistas, que têm uma visão sobre a própria região que é completamente diferente*** da que as outras partes do país têm sobre si mesmas e isso não é de hoje. 

Que o povo do Sul possa escolher seu destino, como um dia nós fizemos em relação aos portugueses.

A frase usada na primeira parte do título da postagem é de autoria de Ulysses Guimarães 
e foi proferida em 13 de maio de 1978, em Salvador - BA.
* Fonte: Oliveira, Sérgio Alves. "Vitória Espetacular no Plebiscito da Independência do Sul". Movimento Sul Livre. Acesso em 19 out 2016.
** Não se pode (e o texto não o fez) comparar o tema aqui abordado com a eterna crise Israel X Palestina, posto tratar-se de situações completamente distintas.
*** Em cinco anos de Exército convivi de perto com muitos sulistas e pude observar a visão que eles têm da região onde vivem e da importância dela para o Brasil.

sábado, 15 de outubro de 2016

Como justificar a ausência no dia do segundo turno da Eleição 2016?

Decidida a eleição em Campos no primeiro turno, surge uma questão interessante: no dia da votação foi possível justificar a ausência tanto nas seções eleitorais quanto em mesas específicas para justificativas (como a instalada pela 98ª ZE no Boulevard Shopping), mas como a pessoa poderá tirar sua falta em relação ao segundo turno - caso ele ocorra na cidade em que ela vota - se na cidade onde ele estiver não houver segundo turno?

Em Campos serão instaladas quatro Mesas Receptoras de Justificativas (MRJ's) na sede da Justiça Eleitoral (Av. Alberto Torres, 81 - Centro, esquina com Av. Beira-Valão), como de resto deve ocorrer nos outros municípios: só não justifica quem não quer, porque será possível fazê-lo em todas as cidades onde há sede da Justiça Eleitoral (pode-se baixar um aplicativo com os locais de justificativas; a relação dos locais está aqui). Em breve tal informação começará a ser veiculada na imprensa.

Quem quiser justificar sua ausência deve ir à Justiça Eleitoral no dia 30/10/2016 portando documento oficial com foto e o número do título de eleitor. É possível gerar o Requerimento de Justificativa Eleitoral no site do TSE (clique na imagem abaixo) 
Para mais informações o leitor pode acessar a página do TSE específica sobre o tema, aquiMas nunca é demais lembrar que:

1 - No segundo turno de 2016 só precisará justificar a pessoa que vota num município onde a votação não tiver sido definida no primeiro turnoSó é possível justificar a ausência quando se está em outra cidade: justificar no mesmo município é inócuo, porque a urna aceita até os dados, mas quando eles são inseridos no sistema da Justiça Eleitoral, não são validados. A relação com os nomes dessas cidades está no site do TSE, aqui.

2 - Justificar no segundo turno não apaga a falta ao primeiro turno: quem não justificou na ocasião tem até o dia 01/12/2016 para fazê-lo. Porém, não se deve confundir a justificativa no dia da votação (que é, na verdade, uma "tirada de falta", já que o eleitor não precisa explicar o porquê de sua ausência e não depende de deferimento do Juiz) com a justificativa feita no prazo de até 60 dias após a eleição (aí sim tem que "justificar mesmo", porque o cidadão precisa fazer requerimento explicando o motivo da falta, juntar comprovante e esperar para saber se o Juiz Eleitoral acatará a justificativa). Em 2012 expliquei isso em detalhes na postagem "Como se faz a justificativa de ausência à eleição".


3 - Quem não vota e não justifica paga multa e o respectivo valor não vai para os cofres da Justiça Eleitoral e sim para os partidos políticos, que arrecadam milhões por ano em razão das faltas dos eleitores.

4 - Em Campos no segundo turno não haverá MRJ instalada no Boulevard Shopping: Quem quiser justificar deve ir à Justiça Eleitoral no dia da votação, conforme exposto acima.

sábado, 17 de setembro de 2016

Votar nulo (ou em branco) não é protesto

Em época de eleição muito se fala sobre o exercício da cidadania. Cabe lembrar, antes de tudo, que o voto não é apenas um dever: é, muito mais, um direito de todo cidadão no sentido de poder participar das escolhas políticas da sociedade em que vive. Porém, muitas vezes são ouvidas afirmações como "se o Brasil fosse um país democrático o voto não seria obrigatório" e "vou votar nulo como forma de protesto". 

No primeiro caso cabe lembrar que quando o cidadão compra uma Coca-Cola no bar da esquina, paga vários tributos - e o faz obrigatoriamente - e nem por isso o país deixa de ser democrático (quase tudo que se faz na vida em sociedade gera obrigação de pagar tributos!)Em verdade trata-se de escolha política feita pela Constituição, muito provavelmente visando dar legitimidade aos governantes eleitos (por pior que sejam, foram escolhidos pela maioria dos votos válidos) e tendo em vista questões culturais de nosso país, que não podem ser simplesmente comparadas com EUA ou Europa, por se tratarem de realidades completamente diferentes. Então, voto obrigatório não é sinal de falta de democracia.

Quanto à questão do "protesto", vejamos a regra constitucional para as eleições presidenciais, seguida para as demais:

CRFB, art. 77, § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

É simples: como os votos nulos e os votos em branco não são computados, não servem para nada (trata-se somente de estatística), não modificando o resultado da eleição*. Mais: quanto mais votos não válidos, menos legitimidade terá o eleito, por ter sido escolhido por menos cidadãos, como ocorreu na eleição presidencial de 2014. Vale lembrar que a ideia de que "se mais da metade do povo anular o voto tem que haver outra eleição" é simplesmente fantasiosa, como expliquei em 2012 na postagem "De Land Rover é fácil; eu quero ver de Fiorino".

Exemplo: se numa cidade como Campos, com cerca de 350 mil eleitores, 349 mil não comparecerem ou votarem em branco/nulo, a única coisa que vai acontecer é que o Prefeito poderá ser eleito com o apoio de apenas 501 cidadãos, para governar quase 500 mil**: lhe faltará legitimidade, mas sua eleição terá transcorrido dentro da legalidade.

Em síntese: na eleição não se escolhe "o melhor" candidato e sim "o melhor (ou o menos pior) dentre as opções apresentadas pelos partidos", pois tal é a regra do jogo. Isso leva à conclusão de que votar nulo (ou em branco) é ato inócuo, inútil, que já nasce morto, que para nada serve e, para nada servindo, não é protesto algum. 

resto é liberdade de expressão... 

* Nas eleições proporcionais, se do voto nulo for possível verificar-se que o eleitor votou num candidato inexistente de um partido que concorre à eleição, o voto será computado para a legenda.
** Não confundir "número de habitantes" (genérico) com "número de eleitores" (específico).