Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cabeças vão rolar...

Na última década a política externa brasileira definhou, perdeu importância, apequenou-se. Mas como um país que há cinquenta anos tem o privilégio de abrir a reunião anual da ONU consegue ser chamado - não sem razão - de "anão diplomático"???

A resposta está na mistura de ideologia partidária com política externa: uma coisa é o que pensam (?) os responsáveis pela diplomacia de um país; outra coisa totalmente diferente é o que essas pessoas fazem em nome de um país. Não se pode demonstrar simpatia por ditaduras e associar-se a países sabidamente mal vistos no cenário internacional e querer que a sociedade internacional tolere tais práticasÉ indecoroso, absurdo, vergonhoso o que tem sido feito da política externa do Brasil! 

Como brasileiro tenho vergonha do posicionamento oficial do país em questões tão claras, mas que o Itamaraty faz questão de tornar obscuras: a gota d'água foi criticar os ataques da coalizão liderada pelos EUA aos ultra-radicais do Estado Islâmico (o grupo jihadista que corta cabeças e crucifica pessoas por serem "infiéis"), algo que ultrapassa as raias da delinquência intelectual, como disse Reinaldo Azevedo, o melhor analista político do jornalismo brasileiro:

"A estupidez da política externa brasileira não reconhece limites.
Não recua diante de nada. Não recua diante de cabeças cortadas; não recua diante de fuzilamentos em massa; não recusa diante da transformação de mulheres em escravas sexuais; não recua diante do êxodo de milhares de pessoas para fugir dos massacres; não recua diante da conversão de crianças em assassinos contumazes. 
A delinquência intelectual e moral da política externa brasileira não conhece paralelo na nossa história."

Num momento em que o Estado Islâmico mata uma mulher por ter criticado o grupo no Facebook e o Presidente Obama - com razão e apoiado por meio mundo - diz  que “a única língua que assassinos entendem é a força”, mas o Brasil patética e vergonhosamente 'condena o uso da força e as intervenções militares como forma de resolver conflitos', começo a ficar preocupado: vai que resolvam também aqui cortar as cabeças dos que discordam? Quem haverá de nos defender?