Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

domingo, 18 de março de 2018

A Verdade a Ver Navios

O caso da trágica morte da vereadora Mariele Franco, do Rio de Janeiro, é emblemático: como é possível que em 24 horas imprensa e redes sociais já tenham uma "solução" para o caso? Nessa situação não são necessárias provas? Faz sentido que as pessoas que acusam a Polícia de ter praticado o crime e defendem o seu fim, recorram a essa mesma Polícia para fazer segurança de suas passeatas? Por que a imprensa destaca o fato de que a munição é de um lote vendido à Polícia Federal, mas não destaca que essa munição foi desviada? Tem cabimento alguém achar que o fato de que a vítima "defendia bandidos" justifique sua execução?
Os fatos são complexos, mas os "especialistas da internet" os explicam segundo suas visões políticas, não de acordo com o razoável. E a verdade continua a ver navios... Mas é preciso deixar que as autoridades façam o seu serviço, para que se possa ter certeza do que ocorreu e os autores sejam punidos severamente.

Uma coisa é lamentar a absurda perda de uma pessoa vitimada por uma execução cruel (cujos motivos e autores ainda não se sabe). As pessoas têm horror a esse tipo de coisa, não importando o sexo, condição social, posicionamento político ou a cor da pele da vítima: para isso contem comigo.

Outra coisa é usar essa morte para fazer ativismo ideológico/político/partidário. As pessoas que fazem isso só estão preocupadas com a "causa" e por isso usam o sexo, a condição social, o posicionamento político e a cor da pele da vítima para "lacrar", indignar, causar comoção: para isso não contem comigo.