Eu sempre falo aos mais jovens que eles vivem num mundo onde não há verdadeira liberdade de expressão: basta alguém emitir opinião contrária ao que é tido como "certo" que a vida da pessoa passa até mesmo a correr risco (por esse motivo não participo de rede social alguma).
Sempre exemplifico isso com músicas: muitas que não foram censuradas nem mesmo no regime militar hoje simplesmente não seriam toleradas por aqueles que exigem tolerância na base da porrada (paradoxal, não?).
O que seria dito hoje de uma música que zoasse um cabeludo dizendo que ele "parece que é transviado" e perguntando "será que ele é?" e ainda por cima dizendo "corta o cabelo dele"?
Nossa! A gritaria acusaria "homofobia", "preconceito", "discriminação" e tudo mais. Pediriam a prisão do cantor e ele correria risco de ser linchado pela ditadura das minorias. Certamente seria processado (seria absolvido). "Cabeludofobia" talvez rolasse... rsrsrsrs
Antes de sair falando besteiras por aí, as pessoas deveriam se lembrar que se há preconceito nessa simples marchinha de carnaval* datada de 1964, certamente ele também foi praticado por seus pais e avós: quem nunca cantou "Olha a cabeleira do Zezé"?
* Autores: João Roberto Kelly e Roberto Faissal. Voz: Jorge Goulart