Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

sábado, 24 de dezembro de 2016

O que está faltando para muitos pais é vergonha na cara


Não existe receita para criar filhos. Mas há algo que certamente não ajuda: a excessiva permissividade dos pais para com os filhos. É claro que se deve buscar a construção de uma sociedade livre e justa, que respeite todos os cidadãos. Basicamente todo mundo faz isso. Mas – sem citar nomes ou casos específicos e evidentemente sem ofender ninguém – quando, às portas de 2017, vemos pais e mães "comemorando" o fato de que o filho de três anos se veste como a Princesa Elsa (de Frozen) ou que no aniversário de 4 anos um menino escolheu como tema "A Pequena Sereia" e, mais, fantasiou-se como a própria durante a festa (com direito a peruca roxa e tudo), a maioria das pessoas se pergunta (embora quase ninguém fale a respeito, por medo de ser tachado disso ou daquilo)o que está acontecendo com os pais de hoje em dia?

Em encontro com bispos católicos na cidade de Cracóvia (Polônia) no dia 27/06/2016, o Papa Francisco disse (original no site do Vaticano, aqui):


"Na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina, na África, nalguns países da Ásia, existem verdadeiras colonizações ideológicas. E uma delas – digo-a claramente por nome e apelido  é o gênero! Hoje às crianças – às crianças! – na escola, ensina-se isto: o sexo, cada um pode escolhê-lo. E porque ensinam isto? Porque os livros são os das pessoas e instituições que dão dinheiro. São as colonizações ideológicas, apoiadas mesmo por países muito influentes. E isto é terrível. (...) Deus criou o homem e a mulher; Deus criou o mundo assim, assim e assim; e nós estamos a fazer o contrário. Deus deu-nos um estado inculto para que o fizéssemos tornar-se cultura; e depois, com esta cultura, fazemos as coisas que nos levam ao estado inculto! "

O psicólogo Rossandro Klinjey, doutor em Psicanálise, afirma categoricamente (maio de 2016. Programa Ideia Livre - TV Itararé - Campina Grande/PB) :

"Os pais do passado não se preocupavam em ser amados, mas não abriam mão de ser respeitados e com isso conseguiam o amor e o respeito. Infantilmente e de forma insegura os pais de hoje querem ser amados por crianças e adolescentes, que nenhuma sofisticação têm ainda para um sentimento tão nobre. Tentam ser amados mas não se fazem respeitados e ao final não conseguem nem o amor nem o respeito. Como criam crianças que não suportam um "não" ou frustrações ("não vou dar", "não vou comprar"), criam pessoas com incapacidade de suportar que a vida nem sempre lhes será favorável"


O que falta a muitos pais hoje em dia é vergonha na cara. Por medo de não serem amados, nunca dizem "não" e acabam virando reféns dos próprios filhos, em vez de comandá-los. Falta é respeitar o que a natureza fez por seus filhos. Falta comportar-se dentro daquilo que mais respeita as crianças enquanto futuros cidadãos: ensiná-los a ser boas pessoas e respeitar, sim, as escolhas dos filhos  quando eles tiverem discernimento suficiente para tanto. 

Nas redes sociais, para passar a impressão de serem "descoladas", "antenadas", "legais", "modernas",  muitas pessoas ficam dando lição de moral nos "antiquados", como se criar um menino como menina fosse algo libertador, grandioso e como se dar uma boneca ou uma casinha para uma menina a colocasse em posição de inferioridade. Pelo amor de Deus! Olhem para meninas e meninos da mesma idade e vejam as diferenças evidentes entre eles! Algumas pessoas destilam suas frustrações de infância dizendo que é preciso deixar as crianças fazer o que bem entenderem, como se isso não fosse criar outros problemas A título de "respeitar as escolhas" de crianças de três ou quatro anos, acabam por não cumprir suas próprias obrigações como pais: orientar os filhos. Quem disse que meninas têm que ser criadas como se meninos fossem? Parece ridícula a pergunta, mas... que mal há em vestir um menino como menino e uma menina como menina, se Deus os fez assim?

Sem comparar uma coisa com outra  até porque crianças não têm noção das coisas  mas se um menino bate no coleguinha, seus pais "respeitam o jeito de ser da criança" ou explicam que não é assim que se age? O que se deve fazer quando o filho pega um bombom na padaria e leva para casa... "respeitar as escolhas" dele? Acaso uma criança de três anos comendo areia deve ser "respeitada em suas opções alimentares" ou orientada que isso faz mal? Se um menino  exatamente por mal ter noção da diferença entre homens e mulheres pede para andar de saia e salto alto como a mamãe (ou se uma menina pede para usar cueca como o papai), ele deve ouvir que não é assim que meninos se vestem ou os pais devem ficar paralisados ante essa "escolha", justificando sua incapacidade de explicar o óbvio culpando a sociedade por ser "preconceituosa"? 

Cada família, seja ela como for, tem o direito de escolher a hora de explicar para as crianças como funciona o mundo, o quanto é necessário o respeito entre as pessoas e o que vêm a ser as escolhas que cada um faz para sua vidaMas é preciso dar tempo ao tempo; é preciso tratar crianças como crianças, sem antecipar fatos e sem queimar etapas. Feito isso, que se respeite o que cada um escolher para si, sem que seja discriminado por suas escolhas. O jornalista Alexandre Garcia disse algo óbvio, evidente, incontestável:

"Todos nascem com sexo biológico. Como no reino animal, na classe dos vertebrados, mamíferos, na ordem dos primatas, na família dos hominídeos e aqueles do gênero humano (é isso que diz a Biologia), nascemos machos e fêmeas. É um fato biológico. Não é a ideologia que marca o nosso sexo."

É fácil exaltar o fato de que crianças não têm preconceitos, porque isso é verdade, já que crianças também não têm conceitos. Ocorre que os conceitos são construídos dentro da sociedade e não fora dela, porque ninguém vive numa ilha deserta. Para escolher é preciso conhecer e por isso é preciso dar às famílias o direito de ensinar as crianças dentro daquilo que lhes parece correto. Assim sendo, quem quer criar os filhos como sendo de outro sexo que o faça, mas por gentileza não fique acusando as famílias tradicionais de serem isso ou aquilo ou de estarem agindo da forma errada, pois cada um faz o que acha melhor para seus filhos, eis que crianças simplesmente não sabem como é a vida e por isso precisam de... pais! 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Até quando acerta a FIFA erra

A emblemática imagem do lance do "Ceguinho do Maracanã" mostra que a FIFA sempre teve compromisso com o erro, não com o acerto: mesmo estando a poucos metros do gol, um auxiliar fez questão de não ver que a bola entrou 33 cm num jogo do Vasco da Gama contra um outro time (que curiosamente sempre foi beneficiado por "erros" da arbitragem). Para os milhares de espectadores no local, milhões em casa e para as 20 câmeras da transmissão a bola entrou, mas não se podia ir à beira do campo para olhar o lance no vídeo.

A título de "não inviabilizar a prática do jogo nos lugares onde não é possível usar a tecnologia" ou de "não tirar o elemento humano do jogo", erros grotescos prejudicaram inúmeros clubes e seleções, mesmo em épocas em que as imagens já poderiam ser usadas para evitar que o resultado fosse mudado por conta de incompetência ou má-fé. Sem falar que poderiam ser desenvolvidos programas para ajudar ainda mais, mas os dirigentes sempre resistiram a isso.

Zagueiro (de preto) puxa a perna do atacante (SporTV) 
Início: atacante dentro da área; zagueiro fora (Fox Sports)
Quando finalmente a FIFA acerta e, num jogo da Copa do Mundo de Clubes, pela primeira vez usa o vídeo para auxiliar o árbitro, ocorre algo impressionante: tanto o árbitro assistente de vídeo quanto o árbitro principal viram que houve pênalti (à esquerda) numa jogada, o que não havia sido notado inicialmente... mas eles simplesmente se esqueceram de observar que antes do pênalti houve impedimento (abaixo) do jogador Nishi, exatamente o que sofreu a infraçãoComo é que o mundo inteiro sabe disso, mas os árbitros deixam passar???? 

Pior: em vez de reconhecer o óbvio e afirmar que o sistema está sendo e será aprimorado, a FIFA teve a coragem de soltar uma nota onde defende o indefensável, inventando que Nishi foi considerado "não estar em impedimento por ser incapaz de desafiar o oponente pela bola", talvez porque o lançamento não foi exatamente na direção dele. Mas não há dúvida de que o atacante disputou o lance: tanto o jogador era capaz de desafiar o oponente que deu um tranco nele e depois, indo ambos em direção à bola... sofreu o pênalti!!!! O vídeo:



Em suma: até quando faz o certo, a FIFA faz errado...

Atualização às 15:25 h de 15/12/2016: no segundo jogo importante do Mundial de Clubes, houve outra lambança... veja aqui.
Fontes: SporTV, Globo Esporte, Fox Sports, Veja, Youtube.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Não existe piada politicamente correta: o "bullying-arte" de Léo Lins

A plateia, um microfone e no palco um jovem comediante que se define como alguém que tem "humor inteligente e ácido e adquiriu fama de escrever piadas sobre qualquer assunto e por representar o chamado “bullying-arte (piadas de insulto e humor negro)": é o que basta para o excelente Léo Lins fazer todo mundo rir desmedidamente, falando "do cotidiano ao esdrúxulo".

E o melhor: ele não se preocupa com a irritante censura moderna das "redes sociais antisociais", não! Vai lá, faz a piada dele e pronto! Por exemplo: no ótimo show "Piadas Secretas", em exibição na Netflix, ele diz que a cidade em que esteve e que tinha mais gente feia foi... Campos! Segundo ele, "quem quiser fazer um filme de zumbis em Campos só precisa contratar os humanos, porque o resto a cidade provê naturalmente" (kkkkk). Quem quiser ficar ofendidinho com a zoeira de Léo, inventar que ele ofendeu os campistas, ou achar que ele é zumbifóbico... pode ir se queixar ao bispo. É só humor! Veja:


É chegado o momento de novamente se permitir aos comediantes fazer troça do que bem entenderem: comediantes não devem ser levados a sério, porque fazem... comédia! O que não pode é se permitir apenas a humoristas gordos que façam piadas de gordo; a nordestinos que zoem nordestinos; a humoristas negros que brinquem com negros; a humoristas gays que chamem gays de 'bicha', negando-se tais direito aos demais artistas que não façam parte de alguma "minoria". Afinal de contas, só existem dois tipos de piadas: as engraçadas e as sem graça , porque a liberdade de expressão assim o permite. O que não existe é "piada politicamente correta".