Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).
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quinta-feira, 24 de março de 2016

Com a honestidade pelo avesso (ou: "Ele se acha o eleito")

Composição de Lobão datada de 1988, chamada "O Eleito", fala de um bandido que - sem nenhuma eleição por perto - tenta se refugiar em palácios (ou em embaixadas) para defender interesses próprios e de sua quadrilha, mas nunca o interesse público.



Ele é esperto e persistente
Acha que nasceu pra ser respeitado
Ele é incerto e reticente
Acha que nasceu pra ser venerado

O palácio é o refúgio mais que perfeito
Para os seus desejos mais que secretos
ele se imagina o eleito
Sem nenhuma eleição por perto

Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito

Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
A sua pose é militarista

Ele se acha o intocável,
"Senhor de todas as cadeiras"...
Derruba tudo pra ficar estável
Ele não tá aí para brincadeira

E o tempo passa quase parado
E eu aqui sem a menor paciência
Contando as horas como se fossem trocados
Como se fossem contas de uma penitência

E tudo parece estar errado
Mas nesse caso o erro deu certo
Foi o que ele disse a o pé do rádio
Com a honestidade pelo avesso...


Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que deu certo...
Ele se acha o eleito!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Toda vez que falta luz o invisível nos salta aos olhos

Mais uma das geniais músicas de Humberto Gessinger com os Engenheiros do Hawaii...
Em tempos de um tal de "Sambô" estragando as músicas e de "Naldo Benny" fingindo cantá-las, vejam a qualidade do arranjo e da letra de "Piano Bar":
O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde e eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor


O que você não pode, eu não vou te pedir
O que você não quer, eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone


Todos os dias eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, difícil de encontrar
Mas quando neon é bom
Toda noite é noite de luar


No táxi que me trouxe até aqui
Julio Iglesias me dava razão
No clipe Paul Simon "tava" de preto mas, 

Na verdade não era não
Na verdade, "nada"
É uma palavra esperando tradução.


Toda vez que falta luz,
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina
O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo

Em muito pouco tempo
O fogo apaga tudo,
Tudo um dia vira luz
Toda vez que falta luz,
O invisível nos salta aos olhos


Ontem à noite, eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia
Era o princípio num precipício
Era o meu corpo que caía


Ontem à noite, a noite tava fria
Tudo queimava, nada aquecia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão


Ontem à noite eu conheci uma guria que eu já conhecia
De outros carnavais, com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão


No início era um precipício
Um corpo que caía
Depois virou um vício:

Foi tão difícil
Acordar no outro dia...


Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão
Parecia que era minha.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Bem-vindo ao mundo adulto

Em 1989 o Biquini Cavadão fez sucesso cantando as dificuldades de quem chega aos 18 anos. Não é uma música exatamente bonita, mas reflete um choque de realidade:

Você vem e chega com esse papo de que o mundo é tão feio
A vida é tão cruel
Há quanto tempo isso já não é novidade
Passada certa idade você tem, tem nojo de tudo

Eu digo:
Bem-vindo ao mundo adulto
Não creia em ingenuidades
Amigos sempre fomos, negócios sempre à parte
Você que descobriu tudo isso um pouco tarde

Você agora é que vem com esse papo:
"Está tudo um tédio, não tenho um programa"
Rima tudo com remédio, depois ganha uma grana
Ainda te acho sincero, mas não perdoo os seus erros
Aguente agora os conchavos, as trocas de favores, jabás e chantagens
Você esta formalmente apresentado à falsidade

Eu digo:
Bem-vindo ao mundo adulto
Não creia em ingenuidades
Amigos sempre fomos, negócios sempre à parte
Você que descobriu tudo isso um pouco tarde

Coitadinho de você, não sabia o que fazer
Olha o mundo a sua volta, só acredita na revolta
Não sabe uma oração?
O que está a sua volta nunca mais se interrompe:
Nada se cria, tudo se corrompe, bem-vindo ao mundo adulto...

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Todo mundo já quis mudar o mundo...

Quando Cazuza lançou o clip de "Ideologia" há 25 anos, no Fantástico, foi sucesso absoluto.
Mais um clássico para relembrar ou conhecer, conforme o caso:

Meu partido / É um coração partido / E as ilusões / Estão todas perdidas
Os meus sonhos / Foram todos vendidos / Tão barato que eu nem acredito

Ah! Eu nem acredito... / Que aquele garoto / Que ia mudar o mundo /
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"...

Meus heróis morreram de overdose / Meus inimigos estão no poder
Ideologia: eu quero uma pra viver!

O meu prazer / Agora é risco de vida / Meu 'sex and drugs' / Não tem nenhum rock'n roll
Eu vou pagar a conta do analista / Pra nunca mais / Ter que saber quem eu sou

Pois aquele garoto / Que ia mudar o mundo
Agora assiste a tudo / Em cima do muro...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O capital de giro do Capital Inicial

Pouca gente sabe, mas os músicos do até hoje famoso (só os bons sobrevivem!) Capital Inicial tinham a pretensão de, após o lançamento do primeiro disco, mudar o nome da banda para "Capital de Giro"... ainda bem que eles não fizeram isso!!! kkkkkkkkk

Foram o talento e a capacidade que eles têm de se reinventar que trouxeram a banda até 2013 fazendo sucesso entre várias gerações e tal é o capital de giro deles. Dia desses coloquei uma música do Capital que meu filho Ayrton - também fã da banda - não conhecia e perguntei se ele tinha gostado da "música nova" dos caras... quando ele respondeu que sim, falei: "é de 1989"...

No vídeo abaixo mostro a música que trouxe o Capital para o cenário nacional no ano de 1986: "Música Urbana":

terça-feira, 9 de abril de 2013

Cheios de certezas e vivendo de ilusão

Em 1985 o grupo Tokyo, liderado pelo figuraça Supla, reclamava que a ditadura fazia com que todos nós fôssemos iguais.
O tempo passou e hoje em dia há no Brasil uma febre que confunde igualdade e mediocridade: a título de buscar a liberdade muitas pessoas querem enclausurar as demais num padrão de comportamento politicamente correto e isso é irritante, porque ninguém é igual a ninguém (só o respeito às diferenças é que deve ser igual).
Com o vídeo abaixo, quem era jovem nos anos 80 pode lembrar e quem é jovem hoje em dia pode fazer de conta que se trata de uma nova banda no mercado: em qualquer caso é possível perceber que passaram-se 28 anos, mas a letra continua atual:



Esses humanos que circulam / Pela cidade aí afora
Eu não aguento... / Eles querem me conquistar
Eu não aguento... / Eles querem me controlar!
Querem me obrigar / A ser do jeito que eles são
Cheios de certezas / E vivendo de ilusão

Mas eu não sou / Nem quero ser / Igual a quem me diz
Que sendo igual / Eu posso ser feliz

segunda-feira, 4 de março de 2013

Para fãs dos Engenheiros do Hawaii

Muitos fãs mais fervorosos dos Engenheiros do Hawaii, como eu, não conhecem o vídeo abaixo. Sim, a qualidade é horrível, mas o que vale é o registro.

É a versão original de "Segurança" e a banda ainda estava com sua formação original, com o genialíssimo Humberto Gessinger na guitarra, Carlos Maltz na bateria e Marcelo Pitz no baixo. 

O show foi num festival de rock em Porto Alegre, em 1985, quando ninguém sabia quem eram os Engenheiros e a plateia não conhecia as letras das músicas da banda...

sábado, 22 de dezembro de 2012

Já vi o fim do mundo algumas vezes e na manhã seguinte estava tudo bem...

Agora que passou a idiotice de achar que o mundo iria acabar (tinha alguém que acreditava nisso mesmo ou era só vontade de aparecer?), acho legal retornar a série de videoclipes de músicas que fizeram sucesso nos anos 80.

Embora o título da postagem seja um verso do começo da década de 2000 (Humberto Gessinger em "Melhor Assim", gravada pelos Engenheiros do Hawaii no disco "Tchau Radar!") trago hoje um clipe da banda "Ira!", que marcou época lá pelos idos de 1986.

Quem não conheceu o som dos caras tem uma ótima oportunidade de ouvir um rock de primeira qualidade; quem viveu aquela época não precisa de apresentações para se lembrar de "Envelheço na Cidade":

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Com tanta riqueza por aí, cadê sua fração?

O clip original de "Até Quando Esperar?", da banda brasiliense Plebe Rude, foi lançado em 1985.
É o tipo de som que o pessoal chama de "porrada": guitarra marcante, bateria em destaque e letra forte num tempo onde o Brasil estava saindo da ditadura rumo à democracia.
Um clássico do rock nacional que, mesmo datando de 27 anos atrás, é muito atual para Campos:

Não é nossa culpa / Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa / Pela má distribuição

Com tanta riqueza por aí / Onde é que está / Cadê sua fração?
Até quando esperar?

E cadê a esmola / Que nós damos sem perceber / Que aquele abençoado / Poderia ter sido você?

Com tanta riqueza por aí, / onde é que está / Cadê sua fração?
Até quando esperar / A plebe ajoelhar / Esperando a ajuda de Deus?

Posso vigiar teu carro / Te pedir trocados / Engraxar seus sapatos...

sábado, 10 de novembro de 2012

Blitz na área

Em 1982 eu tinha a idade que meu filho mais velho, Ayrton, tem hoje: 10 anos.
O sucesso do momento era uma banda (na época ainda chamavam de "conjunto") liderada por Evandro Mesquita chamada Blitz, que arrebentava com a bobinha e irreverente "Você Não Soube me Amar". Fernanda Abreu era uma das vocalistas.
Foi a primeira de uma série de bandas que fizeram muito sucesso nos anos 80 e que marcaram uma época de ouro do gênero no Brasil e que temos revisto aqui no blog. Antes da Blitz o rock nacional era coisa só de bandas de garagem, não de rádio, TV e grandes eventos.
O clip mostrado no Fantástico há 30 anos:

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Urbana Legio Omnia Vincit

Um clássico do rock nacional como "Tempo Perdido" dispensa comentários.
Veja uma versão ao vivo:

OBS: a frase em latim "Urbana Legio Omnia Vincit" (Legião Urbana vence a todas as coisas), que está presente em quase todos os discos do grupo, é uma adaptação feita por Renato Russo para a frase do imperador Júlio César "Romana Legio Omnia Vincit". Fonte: Guia dos Curiosos.

sábado, 3 de novembro de 2012

Viagem ao Fundo do Ego

Há 24 anos o sucesso do momento era uma música que fazia parte da trilha sonora da novela Mandala: "Viagem ao Fundo do Ego", da banda Egotrip  - desfeita após um acidente de carro matar o baterista Pedro Gil (filho de Gilberto Gil que, diferente da irmã, tinha talento).
Repare na versão ao vivo mostrada a seguir que no baixo está o hoje mundialmente respeitado Artur Maia:


Há um lugar místico em mim / Algo assim, bem escondido / Um planeta inexplorado / Um horizonte perdido
Me embrenhei na mata virgem / Como um nativo zumbi / Mergulhei fundo no oceano / Como um Jacques Cousteau parti

Explorador sem experiência / Marinheiro de primeira viagem / Embarquei de peito aberto / Levando só a coragem
Coragem pra enfrentar / Frente a frente eu comigo / Como se enfrenta um irmão / No exército inimigo... Coragem pra encarar / Frente a frente eu no espelho / Como se encontra um irmão / Que lhe nega um conselho

Quase no fim da estrada / Uma voz veio me dizer / "Se você quer seguir, cuidado / Não vai gostar do que vai ver"
E a volta foi difícil / Retornei de mãos vazias / Nessa minha egotrip / Não fui Davi, nem fui Golias

Explorador sem experiência / Viajante sem bagagem / Perdi tudo o que eu tinha / E o que eu tinha era só a coragem...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Rock Nacional - Anos 80

Há tempos que pretendo mostrar aos mais jovens o que é rock de verdade no Brasil: o feito nos anos 80, porque o som de hoje é fraquíssimo. Com poucas exceções, como o Charlie Brown Jr, o ambiente musical brasileiro hoje é horrível em termos de rock.

Para quem gosta dos tchê-tchê-re-re-tchê-tchê da vida, tudo bem. Mas é conveniente ouvir o que os caras fizeram naquela época, sem a produção de hoje, mas com muito mais inspiração.

Vira e mexe postarei aqui alguns vídeos do melhor do rock nacional dos anos 80. Começo com o clássico "Eu Não Matei Joana d'Arc", da cultuada banda baiana Camisa de Vênus: quem tem mais de 30 vai gostar de rever e quem tem menos vai poder conhecer.