Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

8 de Março: Dia Internacional da Mulher


Vou começar a preparar minha paciência para o insuportável festival de mensagens, reportagens e propagandas referentes ao "Dia Internacional da Mulher", que se aproxima (8 de março).

Anote aí... vai dar a impressão de que:

- as mulheres só existem no dia 8 de março;
- só mulheres são vítimas de violência; 
- elas carregam o mundo nas costas;
- toda mulher ganha menos que os homens;
- todo homem é machista;
- se as mulheres comandassem o mundo não haveria sequer um problema.

Haja paciência... nós amamos as mulheres todos os dias, gente chata!

Kkkkkkk

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O militarismo não é uma profissão comum

Foto: Facebook da ESA
Na década de 90 fui militar de carreira do Exército por cinco anos, tendo pedido baixa por iniciativa própria. Não fosse por isso eu seria hoje Subtenente, como muitos de meus colegas de turma na Escola de Sargentos das Armas, em Três Corações - MG.

Formatura da ESA/1990
Atualmente se vê muita gente que não entende um traço de militarismo querendo posar de  "salvador da pátria", tendo em vista justas necessidades da tropa, mas falando (e fazendo) besteiras homéricas sobre o assunto. Não que civis não possam opinar, mas normalmente é difícil para quem nunca viveu o dia-a-dia da caserna entender os meandros castrenses, por desconhecer totalmente a realidade do que vem a ser usar uma farda, por exemplo (apesar disso, acho importantíssimo que o Ministério da Defesa seja mesmo chefiado por um civil).

Eu tenho o "mau costume" de ler a lei antes de falar algo, mesmo quando já conheço o tema. Vejamos a Constituição da República:

    Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
......
   IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
   V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Tendo por base a Constituição, a lei que regula o tema é o "Estatuto dos Militares", de 1980, que precisa ser relido à luz da Constituição, claro, mas que determina (grifei):

Art. 3° Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma categoria especial de servidores da Pátria e são denominados militares.
..........
    Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
        ..........
    § 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados
.........
  Art. 32. Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incorporação, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los..

Além disso, todos os Regulamentos Disciplinares impõem duras regras de conduta que não são sem razão. Para o civil é difícil entender o porquê de um militar ser proibido de usar barba, ter cabelo grande ou andar com o botão da farda aberto e muitas pessoas tendem a achar que se trata de puro autoritarismo, quando não é: é a maneira de ser dos militares.

Já cansei de ver até mesmo autoridades atacando a Justiça Militar por ser "corporativista", sem saber que o Código Penal Militar é muito mais rigoroso do que o Código Penal e que a Justiça Militar não alivia quem transgride a norma (que existe para manter a hierarquia e a disciplina, não para garantir os direitos individuais, embora não os desconsidere, claro). Basta analisar as penas por ela aplicadas ou estudar as leis militares, que se verá a previsão de crimes como motim, revolta, insubordinação e outros já existentes desde 1969, pelo menos.

Por outro lado, se alguém está a serviço cumprindo ordens que não são ilegais, não há sentido em tratar a situação como se todos fossem do meio civil, a não ser que se queira criar um fato para fabricar vítimas e mártires, além de aparecer um pouco na mídia, sem contar o abuso de poder. É evidente que o comando tem interesse em saber o que se passa na tropa, para poder se posicionar e, sim, eventualmente punir que transgrida as regras. É assim no mundo todo, diga-se de passagem (o que só acontece aqui é a anistia para os transgressores).

Em suma: todo e qualquer militar sabe muito bem as limitações que a carreira lhe impõe e as aceita voluntariamente. Não poder se sindicalizar nem fazer greve é a regra e ninguém é surpreendido com tais limitações. O devido respeito à hierarquia é conhecido até por quem é civil, quanto mais por quem usa farda. Rasgar o Código Penal Militar em nome da defesa da "justiça" é fácil; difícil é se portar dentro das regras (ou fazer o que eu fiz: pedir para sair pela porta da frente), em vez de criar situações constrangedoras para a Corporação e ser mandado embora pela porta dos fundos.

Claro, tenho muitos amigos que são militares e o fato de eu lhes dizer que estão errados quando transformam reivindicações justas em protestos ilegais, como já fiz várias vezes, não os faz menos amigos meus (não de minha parte). Nada do que eu disse acima afasta as reais necessidades de melhoria salarial para todos os militares, inclusive os estaduais, mas é preciso que eles lembrem que o grande apreço que a sociedade lhes tem deriva muito da conduta dos militares, que nunca foram chegados à desordem: que assim continuem... e que os civis respeitem a maneira de agir dos militares, sem querer aparecer à custa das dificuldades destes.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O "Caso Pistorius" terá sido mesmo violência contra a mulher?


É muito estranho que um cara rico, famoso e tido por todo o mundo como um exemplo de superação como Oscar Pistorius resolva dar quatro tiros na namorada - uma das mulheres mais lindas do país deles - e o faça de noite, dentro de sua própria casa num condomínio fechado e quando mais nenhuma pessoa se encontrava no local: se ele premeditou isso, tem que ser burro demais para executar o crime desse jeito!

Todos já o estão julgando, inclusive e principalmente as feministalóides, que o têm como carne fresca para a defesa voraz da causa. Agora aparecem várias pessoas dizendo que ele é violento, isso e aquilo, mas todas silenciaram quando ele, sem as duas pernas, chegou às Olimpíadas e foi aplaudido por todo o mundo.

É preciso esperar desenrolar dos fatos, mas uma coisa é certa: não será possível falar em "violência contra a mulher" se ele tiver mesmo achado que se tratava de um ladrão (consta que ele é paranoico com segurança). Se foi isso mesmo que aconteceu, o fato de a vítima ser uma mulher terá sido coincidência e não o determinante para a morte.

Aguardemos.

OBS: não, não sou a favor de violência, contra mulheres nem contra homens. Mas acho que precisamos ser justos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Manual de Bom-mocismo nas Redes Sociais

Cresci ouvindo de meus pais que é preciso respeitar o direito dos outros. Perdi a conta de quantas vezes ouvi de minha mãe que o meu direito "termina onde começa o direito do outro". Acho que por isso gosto tanto de Direito: sempre achei legal ter que conversar a respeito dos assuntos, em vez de botar o pé na garganta do outro ou jogar a reputação alheia no lixo para depois posar de vencedor: isso não é comigo.

Mas nos tempos de hoje as pessoas pagam um preço muito alto para serem elas mesmas. Hoje vive-se num mundo de faz-de-conta, onde o que mais tem é gente querendo posar de defensor da igualdade, desde que seja a igualdade por ela proposta. Ir contra essa onda que tomou conta do Brasil e do mundo nos últimos anos é um sério risco: a patrulha ideológica não deixa ninguém discordar e rapidamente liga a máquina de moer reputações quando alguém ousa ter opinião.

Cansei de dizer o que eu verdadeiramente penso e de tentar lutar contra as coisas que acho absurdas nos dias de hoje. Em tudo se vê racismo, preconceito, discriminação, homofobia, mesmo que no caso concreto nada disso tenha ocorrido, mas não se pode falar nada contra. Tais conceitos são jurídicos por natureza (sim, há outras nuances, reconheço) mas quem conhece o mínimo da lei e tenta jogar um pouco de luz sobre as trevas pratica uma atitude mal vista pelas pessoas. O porquê eu não sei... acho que as pessoas só aceitam elogios.

De nada adianta provar por A + B que habeas corpus e  Corpus Christi não são a mesma coisa... como exemplo cito o caso do "racismo", conduta que por lei exige que haja algum tipo de segregação a alguém por questões raciais (leia), mas que vive sendo confundido com a "injúria por preconceito" (Código Penal, art. 140 § 3º), que tem nuances diferentes e leva a consequências jurídicas distintas e normalmente mais brandas. Falar essa verdade quando a manada grita "racismo" num caso de "injúria por preconceito" (que às vezes nem isso é) gera um sério risco de que quem disse a verdade seja tido como racista ou defensor do racismo. 

O mesmo vale quando alguém fala do "crime de homofobia", que simplesmente não existe ou quando querem aplicar a Lei Maria da Penha a casos que não são "violência de gênero", como exige o artigo 5º da citada lei. Idem quando se tenta explicar que quem tem um "conceito" a respeito de determinado assunto não age com "preconceito" só porque não reza pela mesma cartilha dos preconceitistas (inventei o termo agora para definir quem vê preconceito em tudo). De nada adianta mostrar o que o dicionário fala a respeito nem que as pessoas podem ter opinião divergente...

Cansei de ser tido como autoritário quando apenas manifesto minha opinião. Cansei de ver as pessoas não terem argumentos para rebater algo e saírem me acusando de "não ser democrático" ou de querer impor minha maneira de pensar, o que nunca fiz, por ser contra a minha formação. Pra ser sincero, "enchi o saco" disso tudo: não tenho mais paciência. Tenho achado ultimamente que não vale a pena ter uma identidade no mundo virtual, onde as pessoas "deixam o céu, por ser escuro, e vão ao inferno à procura de luz", como na música de Lupicínio Rodrigues.

Aí, só de sacanagem, resolvi elaborar o "manual" a seguir, para que todo mundo me ache um cara legal. 
A partir de agora serei uma ameba bobalhona sem opinião, mas também sem estresse por ter opinião. Antes que alguém crie caso, lembro: o que escrevo abaixo é brincadeira, tá? Não é para ser levado a sério.

 Diga nas redes sociais que deixou o carro em casa e foi trabalhar de bicicleta "para salvar o planeta", ainda que seu verdadeiro objetivo seja queimar calorias ou não queimar a gasolina do tanque: quem não acha lindo o sacrifício de um cidadão em benefício da preservação da vida na Terra??? 
2 – Não manifeste sua verdadeira opinião: tente sempre demonstrar que concorda com o que foi postado: sem dúvida o dono da página concordará com você e quando alguém disser a verdade – com a qual você até concorda (que a postagem é uma idiotice, por exemplo) – a artilharia se virará contra quem foi autêntico e não contra você, que poderá ver quietinho o coitado ser execrado.
3 – Quando perceber que um determinado assunto descambou para a histeria coletiva, concorde com o pensamento da manada, mesmo que você discorde. Quando o tempo mostrar que a manada estava errada você será só mais um errado e por isso os demais não vão apontar o dedo na sua direção.
 Quando você tiver absoluta certeza de que a manada está errada, não tente provar isso: quando a verdade vier à tona você já terá sido tão satanizado que de nada adiantará ter estado certo desde o começo e seu nome já terá ido para a boca do sapo. Ninguém lembrará de você como “o certo” mas como “o que tentou impor sua opinião aos demais”.
 De vez em quando poste algumas imagens de bichinhos, criancinhas, paisagens e afins: dará a impressão de que você é contra os maus-tratos a animais e crianças e que aderiu à causa da ecologia, mesmo que você não se preocupe verdadeiramente com nada disso.
6 – Dê “curtir” em todas as mensagens de cunho religioso, seja evangélico, católico, espírita e umbandistas: ninguém vai achar que você desrespeita a religião dos outros, mesmo que você tenha vontade de apertar o pescoço de quem posta milhões de mensagens do tipo.
7 – Fale mal de Renan Calheiros, mesmo que você saiba que a tal petição pedindo a renúncia dele não o incomoda em nada.
8 – Marrete insistentemente a Rede Globo, mesmo que – como a maioria dos que fazem isso – você não perca uma novela de Glória Perez: falar mal da Globo demonstra que você é contra o “imperialismo” na mídia e te coloca como um progressista. Porém, elogie a postura da emissora de tentar provar em suas novelas que "o mundo é gay", ainda que você ache que eles estão forçando a barra. 
8 – Sempre fale mal dos ricos, ainda que seu sonho seja ganhar sozinho a Mega-sena acumulada, para ser um deles e você saiba que o país é capitalista por previsão da própria Constituição
 Defenda as cotas raciais, mesmo que não concorde com elas: assim você não correrá o risco de ser tido como racista, mesmo que seja a melhor pessoa do mundo.
10 – Elogie o Ministro Joaquim Barbosapouco importando se você o admira por ele ser um bom Ministro ou não tem simpatia por ele, por ser meio "brigão": é o cara da vez e todo mundo vai te achar “antenado”. Como ele é negro, você vai parecer ser uma pessoa despida de preconceitos, ainda que sua simpatia ou antipatia nada tenham a ver com a cor da pele dele. Dê um curtir na fotomontagem dele com a faixa presidencial: pega bem.
11  Fale mal de Eike Batista, mesmo que você admire o talento que ele teve para ficar bilionário e queira conhecê-lo para pedir uma vaguinha para seu filho no Porto do Açu (não precisa de concurso público, né?): as pessoas morrem de inveja dele e tentam sempre torcer para ele se ferrar e ficar pobre de novo, como elas. Vá na onda e marrete o riquinho.
12  Não poste fotos de erros gritantes de Ortografia (tipo "favor pegar a fixa no caixa"): alguém vai dizer que você está menosprezando as pessoas que tiveram menos estudo, mesmo que você tenha apenas achado engraçado.
13  Quando acontecer um acidente, sempre bote a culpa no motorista, no trânsito violento ou na bebida alcóolica, mesmo que esteja evidente que o pedestre se jogou na frente do carro, que a bicicleta estava fora da ciclovia ou que a moto ultrapassou o sinal vermelho: o número de pessoas sem carro ainda é muito maior que os que têm carro.
14  Mesmo que internamente você defenda o trinômio "tradição, família e propriedade", critique o agronegócio e sempre elogie o MST e sua "luta pela reforma agrária": pouco importa se você acha que o agronegócio contribui decisivamente para o PIB nacional. Lembre-se: ONG's e movimentos sociais sempre têm razão, mesmo quando defendem a descriminalização das drogas, querem proibir a palmadinha no bumbum das crianças, quebram os vidros do Congresso ou destroem fazendas produtivas... eles têm o monopólio da razão!
15 – Diga que Silas Malafaia é "intolerante e homofóbico", ainda que você ache que ele tem o direito de agir e se manifestar de acordo com sua fé, que você tenha vibrado a cada fora que ele deu em Marília Gabriela e que torça para que haja um segundo round para ele nocauteá-la de novo.
16 – Sempre demonstre indignação toda e qualquer vez que alguém falar que em determinada situação há “preconceito” ou “discriminação”, ainda que isso nem de longe tenha ocorrido. Parecerá que você sempre luta pela causa dos menos afortunados e isso é bem visto.
17 – Poste "adoro o Los Hermanos", mesmo se você achar que eles são "banda de uma música só" (ô Ana Júliaaaaa...), que as barbas deles são totalmente "demodé" ou que o som deles é mesmo uma porcaria: todo mundo que entende de música adora Los Hermanos, mesmo sem que você consiga entender o porquê.

Este manual estará sempre aberto à inserção de novos itens, para ficar atualizado.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Papa abdicou, não renunciou

Só por detalhe...

A Constituição da Santa Sé (art. 1º, § 1º) dá características de monarquia ao governo do Vaticano:

"O Sumo Pontífice, Soberano do Estado da Cidade do Vaticano, tem a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judicial."

O Vaticano tem trono. Sua forma de governo é o papado vitalício. Assim, como a Santa Sé é uma monarquia e não uma república, quando o Papa afasta-se voluntariamente de suas funções, trata-se de abdicação e não de renúncia (claro, são termos sinônimos, mas o termo mais adequado ao caso é "abdicar").

Vejamos o que o dicionário on line diz a respeito:



Atualização às 13:58 h: como tento ser uma pessoa coerente e honesta comigo mesmo e com quem eventualmente leia o que escrevo, preciso destacar que no áudio em que o próprio Papa anuncia sua saída é possível perceber claramente que ele usa o termo "renunciar" e não "abdicar". Para ouvir clique aqui (aos 1 min e 46 seg).
Porém, isso não muda a natureza da postagem.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Um hino à amizade e à diversidade

Estamos no carnaval de 2013, numa época em que parlamentares elegem colegas que já renunciaram para escapar de cassações e outros já condenados tomam posse no Parlamento posando de estadistas. Então achei legal trazer para os leitores um verdadeiro hino à amizade que é, ao mesmo tempo, uma conclamação ao respeito à diversidade.

Há 16 anos a linda canção abaixo fez algum sucesso: como as "redes sociais" ainda não tinham como encher a paciência como fazem hoje, não houve problema algum. Marília Gabriela também não se doeu... (kkkkk)

Aliás uma coisa eu acho muito interessante na sociedade de hoje: coisas que há 20 anos eram só brincadeiras, se fossem novidade hoje seriam tidas como altamente ofensivas por uma meia-dúzia barulhenta e chata (o que mais tem é gente que quer tolerância às suas ideias, mas não tolera que alguém pense diferente, aí fica ofendidinho por qualquer coisa)...

Bem, com vocês o filósofo Tiririca enaltecendo a amizade:


Amizade é a melhor coisa do mundo/Num amigo de verdade não se vê defeito
Como disse o poeta:/O amigo é pra se guardar no lado esquerdo do peito
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Ele é baitola, mas é meu amigo/Ele pode ter defeitos, mas é meu amigo
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Queima a arruela, mas é meu amigo/Ele pode ter defeitos, mas é meu amigo
Um amigo é pra acudir o outro/Eu to aqui pra acudir você
Um amigo com defeitos é pouco/Se o amigo é de verdade defeitos nele não vê
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Ele é briguento, mas é meu amigo/Pode ser fofoqueiro, mas é meu amigo
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Queima a arruela, mas é meu amigo/Ele pode ser briguento, mas é meu amigo
Eu acho o seguinte/Eu acho que tirando todos os defeitos/Ele é uma pessoa excelente!
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Ele é ladrão, mas é meu amigo/Ele pode ter defeitos, mas é meu amigo
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Queima a arruela, mas é meu amigo/Ele pode ser briguento, mas é meu amigo
Olha não importa o que ele seja/Ele pode ser tudo que não presta
O importante é que ele é meu amigo/Eu não to nem ai pro que falam
Ele é corno, mas é meu amigo/Ele é viado, mas é meu amigo
Queima a arruela, mas é meu amigo/Ele pode ser briguento, mas é meu amigo

Ele é corno, mas é meu amigo/É fofoqueiro, mas é meu amigo
Ele é viado, mas é meu amigo/Ele pode ser briguento, mas é meu amigo
Não importa o que ele seja/O importante é que ele é meu amigo/E eu tenho ele no meu coraçãozinho!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O "não-caso Zezé Polessa": o Direito não se presta a palhaçadas

Há alguma semanas um motorista profissional sofreu um infarto e morreu, no Rio de Janeiro. O senhor já havia saído de casa passando mal e chegou a comentar isso com familiares. Por uma fatalidade, durante seu trabalho o motorista, que era cardíaco, discutiu com a atriz Zezé Polessa, da Globo, e depois veio o infarto. 

Os "tolerantes intolerantes", claro, colocaram em ação a "Santa Inquisição Virtual" a que me referi ontem aqui e rapidamente cuidaram de triturar a reputação da atriz que comete os "crimes" de ser famosa, branca e trabalhar na Rede Globo, a mais odiada entre as emissoras brasileiras (leia).

Autoridades disseram que iriam invocar o Estatuto do Idoso; a imprensa divulgou o fato como se fosse mesmo verossímil o tal "homicídio culposo" (precisa ser especialista para ver que não havia homicídio algum???) Zezé foi chamada de bruxa, preconceituosa, metida, criminosa e que "essa morte ela vai levar na consciência", tudo que ninguém gosta de ouvir sobre si próprio. Houve até quem dissesse que ela seria a co-autora, tendo a doença dele como autora (é tão absurdo que chega a ser folclórico)...

Em 17 de janeiro deste ano, enquanto o mundo caía sobre a cabeça da moça, postei no Facebook:

"Ela será a linchada da vez: ela se aborrece com o motorista, que é cardiopata, ele infelizmente morre e ela responde por homicídio????
Em que mundo estamos? Alguns agem assim: 'ela é rica e famosa e ele era pobre; logo, a culpa é dela'. Revanchistas.
De alguns anos para cá tornou-se inacreditável a busca de culpados para as fatalidades da vida, principalmente se esse "bode expiatório" for uma pessoa rica e famosa e do outro lado houver uma "vítima" pobre: sempre que possível, colocarão a culpa no famoso, como que numa revanche histérica da sociedade outrora humilhada contra a classe poderosa.
Estão tentando transformar o Brasil num país de pobres X ricos, brancos X negros, homens X mulheres, bons X maus. Não contem comigo:"

Veja que interessante a decisão do Juiz do caso, Marco José Mattos Couto, que mandou arquivar o inquérito porque os depoimentos não traziam "qualquer informação capaz de vincular a investigada às práticas criminais inicialmente cogitadas. Não há nada – absolutamente nada -  nos autos que possa incriminar a investigada Maria de castro Polessa. Tanto certo que se percebe que houve evidente exagero investigatório. Portanto, insistir nesses autos representaria expor ainda mais a atriz ao constrangimento policial, sem que haja qualquer fundamento técnico para tanto. Por isso, a única solução verdadeiramente justa que se apresenta é o arquivamento dos autos[grifei].

Quem iniciou esse procedimento não tem o menor senso de Justiça, queria muito aparecer, ou é muito "politicamente correto" (ou as três opções juntas). Eu gostaria que a imprensa que deu vez a tamanho absurdo - que se alastrou pelas redes sociais - tivesse dado ao arquivamento o mesmo noticiário dado à "investigação", mas infelizmente não tenho mais esperado que coisas razoáveis aconteçam no Brasil de hoje.

Que nossa sociedade tome esse episódio como lição e acabe com as palhaçadas jurídicas e linchamentos virtuais que tomaram conta do país nos últimos anos.
Fonte: G1

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Silas Malafaia engole Marília Gabriela 2: a Santa Inquisição Virtual

Galileu perante o Tribunal da Santa Inquisição
(quadro do século XIX pintado por Joseph-Nicolas e Robert-Fleury)
OBS: não sou evangélico. Esclareço isso para que ninguém pense que no texto abaixo estou misturando convicções religiosas com o tema em discussão. Aliás, eu nunca escrevo nada sobre religião: posso escrever sobre o abuso da boa-fé das pessoas, como no tag "Supermercados da fé", mas nunca falo nada sobre as doutrinas, pois cada religião tem a sua e pronto. Penso que tal assunto é por demais interno: detesto que tentem me convencer a seguir tal ou qual religião... não me meto nisso e pronto. Apenas acho que não existe o monopólio da "palavra de Deus", como alguns pensam.

Anteontem postei aqui e no Facebook o vídeo da já famosa entrevista Gabi X Malafaia. Claro, muitas opiniões foram manifestadas a respeito. De minha parte e das pessoas com quem conversei não tive qualquer problema: cada um pensa o que acha que deve pensar e se posiciona de acordo com tais convicções e a liberdade de expressão está aí para isso.

Não ofendo ninguém e não aceito ofensas, porque não tenho tal direito, como de resto ninguém o tem: eu respeito o que os outros pensam, mas convém lembrar a algumas pessoas que elas também precisam respeitar as opiniões contrárias

Destaco que tenho mais divergências do que convergências em relação ao senhor Silas Malafaia. Raríssimas vezes vi o programa dele. Detesto programas assim. Tenho dúvidas quanto à afirmação feita por ele de que a Genética nada tem a ver com a opção sexual, porque há casos em que desde pequeno já é possível perceber tais tendências em algumas crianças: todos nós já vimos ou soubemos de casos assim, entre nossas famílias ou amigos (e ninguém deixou de ser parente nem amigo por isso). Penso também que riqueza e condução de rebanhos são coisas antagônicas, mas não entro nesse mérito aqui. 

Só que concordo com a defesa que ele faz da família nos moldes que Deus criou, tendo por base homem e mulher: desde que o mundo é mundo é assim e o Criador só permitiu a reprodução humana a partir dessa junção. Se Deus fez assim e a ciência não conseguiu mudar tal lógica, por que motivo alguém que defende isso  que, aliás, é a regra geral desde os tempos mais remotos  invocando a Bíblia é indevidamente chamado de homofóbico? 

Eu o apoio no sentido de defender que "na história da humanidade a família sempre foi o homem, a mulher e sua prole". Quem projetou assim foi Deus, não Silas Malafaia. O mesmo direito que as pessoas têm de ser a favor do casamento gay tantas outras têm de ser contra! Não vai demorar muito e alguém vai dizer que a Bíblia é homofóbica...

Vejo como um ponto positivo que ainda existam pessoas que defendem a família tradicional. Ao fazer isso Malafaia não é preconceituoso nem intolerante: tal é o CONCEITO que ele tem sobre o tema... intolerante é quem quer cassar a palavra dele!!!! Ele e seus seguidores têm o direito de remar contra a maré! Quem quiser falar do estilo dele que fale, mas não das opiniões!!! Se na visão que eles têm da Bíblia o homossexualismo é pecado, não podemos cobrar deles, que são crentes, outro posicionamento. Na Igreja Católica padres são obrigados ao celibato, o que eu acho uma sandice, mas isso é problema da Igreja...

Já disse que nunca vi Gabi tão alterada. Parecia uma militante tentando convencer uma pessoa na rua a aderir à sua causa!!! Ela usou de argumentos genéricos e maldosos do tipo "você acha certo que homossexuais sejam agredidos e mortos?" e "é errado falar "homossexualismo: o certo é "homossexualidade", mas nada disso salvou a apresentadora do vexame perante Malafaia. Aliás, achei que Marília Gabriela foi extremamente infeliz ao dizer, no fim, "que o meu Deus te perdoe": Deus é um só, mas o "dela" está certo e o "dele" está errado, né? Sei...

Pergunto: quem em sã consciência é a favor da violência??? Pergunto mais: por que motivo o crime contra um homossexual deveria ser apenado de forma mais rigorosa do que o contra um hetero, que é o que alguns defendem??? Por que deveríamos colocar numa lei que ninguém pode ter posicionamento contrário ao homossexualismo, se a lei não pode agredir a liberdade de expressão nem a liberdade de crença??? Deveria nossa sociedade incentivar condutas absurdas como um kit gay para crianças de 9 anos, que a pretexto de "combater a homofobia" na prática enalteceria práticas homossexuais??? Assuntos de família devem ser resolvidos pela família, não pelo Estado!

Aliás, esse discurso ralé de tachar o outro de "preconceituoso", "intolerante", "homofóbico", "racista" e outras coisas mais, apenas para jogar nas costas do opositor o peso de se livrar de tais rótulos e com isso posar de vencedor do "debate"  já não engana mais ninguém, né?

Respeito imensamente as opções que cada pessoa faz para sua vida: tenho as minhas e não quero ter que justificá-las a cada esquina: por que seria eu a apontar o dedo na direção deste ou daquele para dizer o que "pode" e o que "não pode" para as vidas deles? Jamais!!! Cresci ouvindo Caetano Veloso cantar "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é": sempre respeitei todo mundo. 

Assim, a opção sexual das pessoas é algo que simplesmente não me diz respeito e que não levo em consideração na hora de escolher meu ciclo de amizades (não gosto de ter como amigos gente sem caráter). Tenho vários amigos gays, que desde longa data sempre se mostraram afeminados e são meus amigos desde a infância: nunca vi motivo para agir diferente (quando criança eu realmente não entendia o porquê de no colégio ver alguns meninos se comportarem como meninas...)Quando meu filho, aos sete anos, viu um travesti na rua e me perguntou o que era "aquilo" eu o ensinei que devemos respeitar as escolhas de cada um, porque ninguém é igual a ninguém.

Não vejo nada demais que as pessoas interessadas queiram e tenham conseguido no STF mudar o conceito de família para abranger também as uniões homoafetivas. Cada um luta por seus interesses e acho legítimas tais pretensões. Só sou contra o fato de que algumas pessoas simplesmente não aceitam que alguém pense diferente deles: se a Constituição é clara ao falar "homem e mulher" e o Parlamento não mudou isso em mais de cem anos de República, não deveria o Judiciário a mudar as coisas. Se eu defender a realização de um plebiscito para que o povo diga se é a favor ou contra o casamento gay serei tido como homofóbico por pensar que a questão tem que ser resolvida assim?

É aí que entra a questão dos "tribunais virtuais da Santa Inquisição": hoje em dia as pessoas que não rezam pela cartilha "politicamente correta" têm que ter medo de escrever o que pensam!!! Por exemplo: já pensou se alguém posta na internet que defende, ainda que metaforicamente, a aniquilação de uma minoria??? Estaria preso!!! Até fazer piada já está quase proibido... 

Por muito pouco já vi muita gente ser tida como isso ou aquilo apenas por ser contra determinadas ideias, mas há quem defenda literalmente que "evangélicos conservadores sejam aniquilados" (literalmente mesmo) apenas porque divergem daquilo que eles entendem ser bom para o país (e ainda ache que tem razão, na base do "liberdade de expressão para os outros é um erro, mas para nós é um direito"). Ainda bem que sou só conservador, não evangélico... rsrsrs 

Temos que respeitar os conceitos que as pessoas têm e aceitá-los quando não coincidem com os nossos conceitos, mas na internet é dificílimo expor opiniões sem ser rotulado. Por exemplo: eu também não concordo com a adoção de crianças por casais homossexuais e isso não faz de mim intolerante nem preconceituoso. É apenas a minha opinião, ninguém é obrigado a concordar e não agrido quem discorda. Mas é preciso respeitar o meu DIREITO de achar que família é homem e mulher: Deus fez assim, mas quem manifesta tal opinião pura e simplesmente, sem uma digressão a respeito, corre sérios riscos de ver seu nome "na boca do sapo"

Não se pode queimar reputações alheias numa fogueira só porque a pessoa não comunga do mesmo pensamento. Por exemplo: eu acredito que do jeito como a redação está posta no projeto de lei 122 e a militância mais exaltada age, uma pessoa corre o risco de simplesmente falar que alguém é "bicha" e ser processada criminalmente por isso se a pessoa for mesmo homossexual, mas não será enquadrada no mesmo artigo caso seja heterossexual, sendo que todo mundo sabe que os próprios gays se chamam uns aos outros de "bicha". Se um gay e é chamado de "viado" pela torcida, é preconceito porque as pessoas "não respeitam" a orientação sexual dele; se um hetero é chamado de "viado" não é preconceito... como pode isso??? Afinal, todas as pessoas são ou não iguais, sem discriminação de sexo, raça, cor, etc???

Por fim pergunto: alguém que more neste planeta e esteja em sã consciência acha bom ou normal que as pessoas sejam agredidas ou mortas? Penso que não e acho que todos os cidadãos deveriam ser contra a violência, sem se importar com a sexualidade da vítima, porque esse assunto só interessa a ela própria. Devemos respeitar os direitos de todas as pessoas têm de ser como bem entenderem, mas ninguém pode querer obrigar os outros a aplaudir seu jeito de ser

Esses tribunais da inquisição estabelecidos na mídia e na internet para queimar a reputação de quem rema contra a maré têm que ter fim, para o bem de nossa sociedade: os atuais inquisidores lutaram contra coisas assim por anos, quando esse monstro tinha o nome de "censura" e vivíamos num período chamado "ditadura"...

Texto de Priscila Albuquerque (grifei):
"Não acho que devamos seguir os homens, porque estes são falhos e imperfeitos, mas sim a Deus. E cada um tem direito de ter sua fé e acreditar de seu próprio modo, mas acho interessante que ultimamente, quem não é a favor dos homossexuais adotarem, casar ou constituir família, é logo tachado de preconceituoso e ignorante
Eu nunca seria a favor de violência ou desrespeito aos homossexuais: são seres humanos e cidadãos, mas o respeito deve vir dos dois lados e todos têm direito de expressar sua opinião sem ser logo descritos como preconceituosos. 
Ou também não seria um preconceito ou desrespeito atacar e tentar diminuir alguém por ter opinião diferente, dizendo "que o meu Deus te perdoe"??? Ora, quem pode ser senhor da razão??? Isso na minha humilde opinião é ser intolerante com o pensamento do outro." 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Silas Malafaia engole Marília Gabriela

No programa "De Frente com Gabi" apresentado ontem à noite no SBT a apresentadora "desceu do salto" e como se fosse militante de uma "causa" tomou partido num embate ideológico com Silas Malafaia, um cara que defende a fé dele com unhas, dentes e bons argumentos: tudo que ele diz é explicado em detalhes.

Gabi, claro, passou vergonha no programa, que teve a maior audiência da série até hoje. 
Observe que em momento algum ele age de forma preconceituosa, como dizem por aí (e Gabi tentou fazer crer que fosse): ele apenas defende o ponto-de-vista dele e da religião que ele segue:


Eu, que não sou evangélico, vejo Malafaia como uma das poucas vozes que ainda defendem a família tal qual Deus criou: homem e mulher. Por isso mesmo discordando dele sob o ponto-de-vista da religião (que não discuto aqui) escrevi em julho a postagem "Silas Malafaia: um homem de coragem".


Acho que o episódio de ontem manchou a carreira de Marília Gabriela como apresentadora: ela poderia ter ido dormir sem passar tamanha vergonha...