Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).
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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vivendo o mico

Antes falava-se do mico que seria a Copa no Brasil... Aliás, eu disse isso no meu antigo blog assim que fomos "escolhidos" (o Brasil foi candidato único) o país-sede.

A falta de estrutura em nosso país, o superfaturamento dos estádios, o furto à seleção da Espanha, delegações querendo ir embora, o apedrejamento do ônibus da FIFA e o vandalismo dos últimos dias (falo dos idiotas que estragam as manifestações, não do povo que ordeiramente tem se manifestado, pois estes estão de parabéns: sem vandalismo as manifestações têm o apoio de quase todos), fazem com que estejamos vivendo um mico histórico. O Brasil é maior que isso!!!

O vídeo abaixo, feito por uma jovem brasileira que mora nos EUA chamada Carla Dauden, é quase obrigatório e mostra a vergonha que é, num país capitalista pobre como o Brasil*, uma Copa do Mundo tão cara e o povo tendo que ir para a rua protestar contra a corrupção. Veja até o fim:


OBS: a única coisa errada no vídeo é que a moça fala que "índios foram expulsos do lugar que costumava ser a casa deles", o que não é verdade: o local estava abandonado há mais de trinta anos e o que menos tinha lá era índio). Quanto ao restante, concordo com tudo.

* Verso de Gabriel, O Pensador, em "Retrato de um Playboy".

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Brasil começa a pagar mico um ano antes da Copa

Arte e fotos: Globo Esporte
Na Roma Antiga garantia-se a "felicidade" do povo recorrendo-se à política do "pão e circo". No Brasil de 2013 a fórmula é a mesma (acrescentando-se os "bolsa-votos" que temos por aí): construíram estádios novos, reformaram outros... gastamos bilhões de reais de dinheiro público para agora entregar os estádios de mão beijada para particulares, tal como aconteceu com o Engenhão, em 2007.

Só esqueceram de ler o caderno de exigências da FIFA!!! A determinação é de que os bancos de reservas têm que ficar no mesmo nível do solo, mas nossos competentes organizadores construíram as "arenas" fora do padrão exigido e agora terão que fazer reformas em seis estádios para a Copa das Confederações. 
Leia a respeito aqui e  aqui.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Caxirolândia 2014 - "imagina o mico" 2: a pérola das ciências de baixa tecnologia

Pelo jeito o pessoal da redação da revista Veja leu a postagem que fiz ontem sobre a "Caxirolândia" antes de escrever a reportagem "Caxirola vira mico" ... kkkkkkkkkk

Veja aqui que Brown já está ensaiando com essa coisa há algum tempo. Só falta combinar com as outras milhares de pessoas que estarão nos estádios e torcer para que os argentinos não levem caxiroladas na cabeça durante a Copa... kkkkkkkk

A propósito, um vídeo educativo sobre o tema e depois eu volto:



Se a chuva de caxirolas tivesse acontecido em outro lugar que não a Bahia, Carlinhos Brown já teria dito que em Salvador não seria assim, que na Bahia o povo tem mais identificação com a música, que o sentido telúrico da vida do baiano se ligaria no som de "onda do mar" do instrumento...

Aliás, por falar em justificativas viajantes para a caxirola, vejam o que a Presidente da República disse em defesa do caxixi metido a besta que Brown patenteou (agora eu entendi!)... uma pérola das ciências de baixa tecnologia:

"A caxirola também tem um sentido transcendental de cura, enfim, de paz com o mundo, de estar de fato em sintonia com a natureza e com todos os orixás."

Agora, com essa explicação científica, todo mundo entendeu!!! Kkkkkkkkk

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Caxirolândia 2014: "imagina o mico"

Um país que coloca em importante plano a invenção de um instrumento banal para ser a "segunda vuvuzela" (aquele instrumento irritante que marcou todos os jogos da Copa de 2010, na África do Sul e que foi proibido nos estádios da Europa) não pode ser um país sério, como disse - com razão - Charles de Gaule. 

Com Carlinhos Brown à frente do projeto (aqui ele usa caxirolas para tocar o Hino Nacional para a Presidente da República) foi fácil dizer que se trata de algo genuinamente novo, brasileiro, popular, cultural. Veja o ufanismo e a megalomania no texto politicamente correto usado pela empresa Braskem, que fabrica o plástico usado no instrumento, justificando a "criação" (serão fabricadas mais de 100 milhões dessas: só a Braskem vai se dar bem!)

"A caxirola (...) foi idealizada para se tornar o objeto da expressão das torcidas em 2014, não só em 2014, mas sim um legado sociocultural e musical para o Brasil. É um instrumento 100% brasileiro, criado por Carlinhos Brown em parceria com a The Marketing Store, empresa especializada em produção em larga escala. A Caxirola é produzida com plástico verde de cana de açúcar brasileira e leva o selo "I'm greenTM", que certifica sua origem renovável."

Já fui percussionista (embora quase ninguém acredite!) e pessoalmente gostei do som da caxirola, que nada mais é do que o nosso velho, bom e conhecido caxixi, só que melhorado: não ouve invenção alguma, penso. Mas a caxirola não foi projetada para ser usada em shows por percussionistas ou em rodas de capoeira, mas por milhares de pessoas dentro de um estádio de Copa do Mundo, sem que elas saibam usar o instrumento... vai criar um barulho insuportável! 

Provo o que digo: ouça o som das caxirolas quando tocadas por Carlinhos Brown  e o barulho que elas fizeram ontem no Bahia X Vitória, na Fonte Nova, com o estádio ainda vazio, no primeiro jogo em que foram distribuídas aos torcedores...




Caro leitor: agora imagine seus filhos e netos correndo pela casa com esses chocalhos nas mãos... kkkkk

Em breve começarão a dizer que as críticas são "preconceito" contra o Brasil. Observe que  sou brasileiro e não tenho preconceito contra meu país: tenho opinião, exatamente como podem ter os estrangeiros. Se eles não concordarem conosco é direito deles, não algum tipo de discriminação. 

Tal como ocorreu com o inusitado tatu-bola Fuleco, a primeira impressão não foi boa. Repare nos vídeos acima que a quantidade de "não gostei" é muito superior à do "gostei" e tal manifestação é espontânea. Há críticas no Brasil (aqui) e na semana passada o jornal inglês "The Guardian" publicou reportagem de John Croce (veja)

"Depois da vuvuzela a caxirola (...) se você achou que as vuvuzelas eram ruins, espere até ouvir a caxirola (...) um pedaço de plástico reciclado verde e amarelo - pequeno o suficiente para caber numa das mãos - que parece um pouco com uma pequena granada de mão, mas que produz um inofensivo e não muito alto som de chocalho".


O que sempre marcou nossas arquibancadas foi a batucada. Em vez de lutar junto à FIFA (dona da festa, que é quem pode mandar no espetáculo) para que essas marcas registradas - e espontâneas - se mantivessem, o Brasil investiu nessa coisa chamada "caxirola", que acaba servindo como forma de "protesto" e o povo joga no gramado para o mundo inteiro ver o quanto somos civilizados e estamos preparados para sediar uma Copa do Mundo: "imagina o mico"...


OBS: e olha que nem falei das más condições dos aeroportos, da falta de infraestrutura, dos superfaturamentos nas obras dos estádios, da falta de transporte público adequados, das poucas vagas em hotéis, do caos no trânsito, do "engarrafamento de trios elétricos" etc... kkkkkk

ATUALIZAÇÃO ÀS 19:29 h DE 30/04/13:
Pelo jeito a reportagem da revista Veja leu a postagem acima e escreveu "Caxirola vira mico - e Brown pode perder jogada bilionária"... kkkkkkkkkk