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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

À espera de um "Salvador da Pátria"


Nossa seleção entrou em campo renunciando ao direito de atacar: quem tem um meio-campo como Ganso e um atacante/meia-atacante como Hulk não pode jogar com três volantes: Sandro, Rômulo e Alex Sandro, que caía pelo setor esquerdo.

Nos trinta minutos que esteve em campo Alex Sandro não soube o que fazer e limtou-se a atrapalhar-se com o lateral Marcelo e não chegou ao ataque em momento algum: não guardava posição, não marcava e não apoiava. Substituí-lo aos 31 minutos do primeiro tempo foi uma atitude correta do técnico, mas que demonstra claramente o erro de tê-lo escalado: por que levar três jogadores acima de 23 anos e deixar um deles no banco justamente na final?
Foto: Globo.com/AFP

Outros erros se sucederam à correta entrada de Hulk: ficou claro que ele, canhoto, jogando pela direita lutava muito, mas criava poucas oportunidades. Por outro lado Neymar, destro, jogando pela esquerda, não criou absolutamente nada: por que não uma partiu uma ordem do treinador no sentido de que eles invertessem ou alternassem as posições? Sim, o gol saiu exatamente com Hulk pela direita, mas num lance de sorte decorrente de um chutão da defesa e quando as luzes já se apagavam.

Por falar em chutão essa foi a tônica do jogo no tocante ao Brasil. Os volantes Sandro e Rômulo simplesmente não ajudaram em nada na armação das jogadas e se omitiram durante toda a partida e como Oscar também não estava bem, não havia como fazer a ligação entre defesa e ataque que não fosse através de chutões de Thiago Silva e do fraco quarto- zagueiro Juan.

No segundo tempo as mudanças de Mano foram completamente erradas: o atacante Pato entrou no lugar do volante Sandro, numa tática claramente suicida: se o meio-campo não fazia nada com especialistas na posição, imagina só com o segundo volante Rômulo fazendo as vezes de primeiro volante e um monte de atacantes esperando a bola sem que alguém a trabalhasse antes?

Não deu outra: com a saída de Sandro - que, se não ajudava no apoio, ajudava na marcação - o México cresceu no jogo e chegou ao segundo gol. A propósito: a falha gritante do lateral Rafael logo aos 25 segundos de jogo levou ao primeiro gol mexicano. O segundo deles surgiu numa falha de marcação numa bola alçada na área: como é possível uma seleção deixar o centroavante da outra subir sozinho para cabecear uma bola na marca do pênalti?

A cereja do bolo de Mano foi só colocar o habilidoso meia Lucas apenas nos minutos finais e no lugar do lateral direito! O time - que já era um bando - passou a viver ainda mais de chutões, já que não era possível ligar ataque e defesa via meio-campo. Foi assim que o Brasil encontrou o gol, mas na base da sorte, não no acerto do treinador (que errou do começo ao fim).

Foram vários erros infantis que decretaram nossa derrota, a começar pela falta de planejamento e pelo fato de não se colocar, como sempre, os jogadores na Vila Olímpica, com os demais atletas. No futebol moderno - onde o jogo é muito mais coletivo do que há alguns anos - fico a me perguntar: até quando o Brasil vai esperar que o talento individual nos salve???

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