Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

sábado, 18 de abril de 2020

Calma: o Exército não acha que precisaremos de muitas covas!

EM PRIMEIRO LUGAR: CALMA. LEIA O TEXTO A SEGUIR E REFLITA.
Está havendo um rebuliço por causa de um ofício do Exército (clique na figura ao lado para ampliá-la) pedindo informações sobre a capacidade dos cemitérios. O ofício é verdadeiro, mas as conclusões que se pode tirar dele nada têm a ver com o que se está alardeando por aí, no sentido de que "se o Exército quer saber isso é porque está prevendo coisa ruim". Nada disso. Eu explico:
Eu servi ao Exército por cinco anos. Cursei escola militar, fui Sargento de carreira e dei baixa por iniciativa própria. Em determinado período, fui responsável durante alguns anos por reunir informações do Plano de Evacuação Ferroviária de Angra dos Reis em caso de acidente na usina nuclear: isso é algo normal na mobilização do Exército, porque a Força age traçando vários panoramas, ainda que estejam distantes de acontecer (como a evacuação ferroviária de Angra - e até hoje não houve acidente lá).
Então esse ofício não se baseia no fato de o Exército "saber que vão acontecer muitas mortes": visa reunir informaçõesNão é que haja uma projeção ruim, nada disso... Exemplo: o Exército mantém por cinco anos as informações de TODOS os reservistas e como seria feita a convocação deles em caso de guerra. Há projeção de guerra??? NÃO!!! Até quando alguém se forma piloto civil, ingressa na Polícia ou Corpo de Bombeiros isso é informado à mobilização do Exército, para dar outros exemplos.

Assim sendo, não se pode concluir que o Exército esteja prevendo a necessidade de muitas covas (como fizeram algumas pessoas que apostam no "quanto pior, melhor", como políticos e setores da imprensa e outras que simplesmente ficaram com medo): eles estão reunindo informações para saber como seria o pior dos quadros, provavelmente. E isso é problema da Logística do Exército, não tem que seguir a lógica civil.
Suspeito que tenham olhado a situação catastrófica ocorrida na Itália e agora no Equador e, como o ofício é oriundo da Seção de Serviço Militar (os dados serão enviados à Diretoria Geral de Pessoal), devem estar pensando na EVENTUAL, POTENCIAL, SUPOSTA necessidade de convocar reservistas para ajudar SE UM DIA, TALVEZ QUEM SABE, houver necessidade. Ou para projetar locais para sepultamento CASO HIPOTETICAMENTE, NO PIOR DOS QUADROS, precisemos.
Mas o Exército não tem que dar satisfações a respeito de como age para proteger o país, até porque isso eles fazem muito bem. Ainda assim, divulgou Nota oficial afirmando que o objetivo do ofício foi “tão somente coletar dados para um dos cenários levantados” porque “o Comando Conjunto Leste (...) planeja sua atuação com base no LEVANTAMENTO DE CENÁRIOS HIPOTÉTICOS, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade”. (destaquei)

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