Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Bom saber que não estou sozinho

Por essa eu não esperava, principalmente na mesma semana em que algumas pessoas desocupadas quiseram ver numa postagem minha coisas que jamais escrevi, como se eu estivesse a serviço de A, B ou C (motivo da 'postagem-desabafo' "Eu não sou dessa laia, não!"). Veja que legal:
O blog "Estou Procurando o que Fazer" fez uma postagem (aqui) sobre uma determinada situação ligada à Justiça Eleitoral de Campos, mais especificamente à fiscalização da propaganda. Como trabalho na Justiça - não na fiscalização - tentei esclarecer de alguma forma (dentro de limites razoáveis, para não dar a impressão de estar tomando partido deste ou daquele grupo político e com cuidado para não entrar em área reservada aos meus colegas da fiscalização) que existem limites legais para a atuação das Zonas Eleitorais e respondi algumas indagações lá feitas.
Tento explicar às pessoas o que ocorre porque penso que essa é uma de nossas funções, exatamente porque não há nada escondido, não há preferência, não há favorecimento a quem quer que seja na Justiça Eleitoral.
É por esse motivo que não me furto de, sempre que possível, atender a imprensa: as pessoas em casa têm o direito de saber o que se passa na Justiça Eleitoral, porque o tema é de interesse público. Claro, há quem não enxergue um palmo adiante do nariz e prefira pensar que gosto de aparecer, que ligo para redações sugerindo que me chamem para entrevistas, que sou "estrela", que escrevo no blog com este ou aquele interesse, que sou isso ou aquilo: nada posso fazer se há quem pense assim.
Para minha surpresa, veja o comentário que um ex-aluno meu - cujo nome por opção não citarei aqui - fez no citado blog, o que inegavelmente me deixa feliz (OBS: não sou "doutor", porque não fiz - nem pretendo fazer - doutorado; não sou "autoridade": sou peão):
"Fui aluno do Professor Doutor Marcelo Bessa na Faculdade de Direito da Universidade Salgado de Oliveira. Assim como muitos, sem dúvida alguma, trata-se de um excelente Mestre.
Mas o motivo que adentro a esta temática eleitoral, é dar meus parabéns e declarar meu orgulho por ter tido um Professor (além das virtudes já mencionadas) tão corajoso, elegante e educado, pois, até agora, diante de tantas indignações por parte da população, pautado em postagens em muitos blogs (já que a imprensa toda se esquiva) nunca, em tempo algum, nenhuma autoridade veio a público dar alguma satisfação, explicação ou qualquer coisa parecida.
Falo de Órgão fiscalizadores, Justiça e Ministério Público. As postagens são muitas, mas, repito, até agora só Professor Doutor Marcelo Bessa se manifestou e opinou.
Entendo que tal postagem serviu sobretudo pedagogicamente . Acho que posso agradecer em nome de todos os campistas. O exemplo deveria ser seguido."

Não, não faço nada esperando aplauso como recompensa e destaco que não "opino" no sentido exato da palavra: apenas tento esclarecer o que a lei diz (minhas opiniões sobre esse tema eu guardo para mim). Mas é evidente que é bom ler algo assim.
Ficam o agradecimento e a felicidade de saber que ainda existem pessoas nesta cidade que não colocam as paixões políticas acima da razão.
Bom saber que não estou sozinho.

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Então por gentileza identifique-se, não cite nomes de políticos nem de partidos políticos brasileiros, não ofenda ninguém e não faça acusações sem provas.

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