Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Competência não tem relação com ser homem ou ser mulher

O sempre perspicaz Reinaldo Azevedo escreveu:

" Ser homem não é categoria de pensamento. Ser mulher não é categoria de pensamento. Ser branco não é categoria de pensamento. Ser negro não é categoria de pensamento. Ser gay não é categoria de pensamento. Ser heterossexual não é categoria de pensamento."

Um país anda muito mal quando as pessoas passam a se preocupar exclusivamente com o sexo, a cor da pele, a religião, o time, a opção sexual ou o sorvete preferido dos integrantes dos cargos públicos - em vez de se preocupar com a competência deles (pouco importando o sexo, a cor da pele, a religião, o time, a opção sexual ou o sorvete preferido dos integrantes dos cargos públicos).

Sob um argumento que é inicialmente válido e que deve ser buscado - o respeito à diversidade - mas que logo se percebe utilizado como forma de sabotagem, muita gente compartilha frases sem pensar na baboseira que está a repercutir: acaso um "ministério sem mulheres nem negros" é obrigatoriamente pior do que um ministério com mulheres e negros??? 

Ora, o verdadeiro respeito à diversidade está no fato de que na montagem dos ministérios - e de tudo mais nesta vida - não se pode deixar de nomear alguém pelo simples fato de ser mulher, mas também não se pode nomear alguém pelo simples fato de ser mulher!!! 

Pergunto: Margaret Thatcher foi uma das governantes mais influentes do mundo por ser mulher ou por ser competente???  Fosse eu o Presidente e convidaria Magic Paula para o Ministério dos Esportes e Zico para ser embaixador no Japão; não convidaria Janaína Pascoal para cargo algum; nomearia Fredie Didier para ser Ministro do Supremo; Anitta não seria Ministra da Cultura, mas eu convidaria Fernanda Montenegro. Nada disso (convites ou não convites) teria a ver com o sexo das pessoas. Novamente Reinaldo Azevedo, com pequenas adaptações:

"Os que pretendem dizer que o ministério é ruim porque nele não há mulheres e negros teriam de admitir, então, que o Brasil só foi à breca porque governado por uma mulher, com o auxílio de negros e de outras mulheres. (...) Angela Merkel, Chanceler da Alemanha, não pensa como homem; não pensa como mulher. Ela pensa como governante da Alemanha, a maior economia da Europa e uma das maiores do mundo."

O que o país precisa cobrar é que as nomeações sejam mais técnicas do que políticas, por exemplo. Mas isso não parece importar, desde que um número "x" de mulheres esteja presente na foto ministerial... Temos aqui um reflexo evidente daquilo que chamo de "a longa noite dos 13 anos" em que estávamos atolados até outro diacomo sempre fabricaram-se algumas polêmicas absurdas, mas na maioria das vezes é puro "mi-mi-mi". 

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