Composição de Lobão datada de 1988, chamada "O Eleito", fala de um bandido que - sem nenhuma eleição por perto - tenta se refugiar em palácios (ou em embaixadas) para defender interesses próprios e de sua quadrilha, mas nunca o interesse público.
Ele é esperto e persistente
Acha que nasceu pra ser respeitado
Ele é incerto e reticente
Acha que nasceu pra ser venerado
O palácio é o refúgio mais que perfeito
Para os seus desejos mais que secretos
Lá ele se imagina o eleito
Sem nenhuma eleição por perto
Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito
Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
A sua pose é militarista
Ele se acha o intocável,
"Senhor de todas as cadeiras"...
Derruba tudo pra ficar estável
Ele não tá aí para brincadeira
E o tempo passa quase parado
E eu aqui sem a menor paciência
Contando as horas como se fossem trocados
Como se fossem contas de uma penitência
E tudo parece estar errado
Mas nesse caso o erro deu certo
Foi o que ele disse a o pé do rádio
Com a honestidade pelo avesso...
Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que deu certo...
Ele se acha o eleito!
Ele é o que deu certo...
Ele se acha o eleito!
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