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domingo, 13 de setembro de 2015

Não há almoço grátis: a hipocrisia no caso dos refugiados

Hoje em dia as pessoas acabam censurando a si próprias para evitar os inconvenientes da vida em rede. Porém, não se pode deixar de ter - e de manifestar - opinião em razão da patrulha politicamente correta que toma conta da imprensa e das redes sociais. 

Ninguém em sã consciência quer o mal dos refugiados que atualmente buscam a Europa por mar e por terra fugindo de guerras, perseguições e de um sem-número de dificuldades vividas em seus países. É claro que ninguém quer o flagelo humanitário que se tem visto. Mas confesso ter dificuldade para entender o porquê de os governos europeus ficarem mais preocupados em não ser chamados (erradamente) de xenófobos nas redes sociais do que em realmente cuidar dos seus povos: países existem, em regra, para agrupar nações, mas a aceitação pura e simples de massas de estrangeiros num determinado território pode fazer um país entrar em colapso, exatamente porque solapa a base da... nação. 

Acaso aqui no Brasil - onde tudo falta para os brasileiros - teríamos condições de receber refugiados nos dias de hoje? Intuitivamente a resposta é "não". Mas se eles batessem à nossa porta certamente se formariam correntes de cobrança em favor da acolhida. A pergunta, porém, seria: atendemos devidamente aos nossos nacionais???

Ora, se é tão fácil e simples acolher imigrantes como cobra a imprensa, por que os europeus maus não o fizeram antes? Como de fato se trata de tema extremamente complexo, a questão é: não há como receber centenas de milhares de pessoas em questão de dias sem que isso gere o caos, pelo fato corriqueiro de que alguém tem que pagar a conta da alimentação, estadia, limpeza pública e toda a máquina estatal necessária para tanto... 

quando a conta estourar, nem mesmo aqueles que hoje posam de bonzinhos vão querer saber dos imigrantes. A cidade de Munique, por exemplo, já manifestou sérias restrições à continuidade de chegada de estrangeiros em massa, porque não comporta mais acolhimentos: tudo tem limite e isso só vai reacender os movimentos ultranacionalistas.

Enquanto isso - talvez por medo da pesada acusação de ser "xenófobo" - ninguém fala do verdadeiro culpado: o extremismo de grupos radicais como o Estado Islâmico, Al-Qaeda e Talibã, todos quase esquecidos na cobertura jornalística, como se nada tivessem a ver com o problema. Rodrigo Constantino mais uma vez acertou em sua análise:

"Sem ações militares contra o terrorismo jihadista, o Estado Islâmico conquistará cada vez mais territórios, irá desestabilizar cada vez mais países, e o fluxo migratório será cada vez maior. Alguém realmente acha que colocar milhões de muçulmanos foragidos para dentro dos países europeus em crise com seu estado de bem-estar social falido é uma boa solução, ou que é livre de graves consequências?"

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