Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

As raposas detestam que alguém tome conta do galinheiro...

Mais uma demonstração do porquê de eu não aturar anônimos (a internet não é "território livre" como alguns pensam, não):

Esta postagem é para afirmar que é muita covardia o que ocorreu nesta campanha em São Fidélis: alguém usar do anonimato para acusar uma pessoa tão correta quanto o Chefe de Cartório Fábio Stellet Gentil de tentar favorecer alguém na eleição é muito grave. Ainda bem que ainda existem pessoas sérias e o TRE/RJ não deu ouvidos a um absurdo desses e nosso querido "Fabinho" pode mais uma vez confirmar o quanto é querido e admirado por seus colegas e até mesmo superiores.

Quem trabalha na Justiça Eleitoral não tem preferência por político/partido algumPasmem: já me perguntaram "qual o político" que me "colocou como Chefe de Cartório"... é mole? Expliquei que só é Chefe de Cartório quem é servidor do Quadro do TRE... Outro sem noção me disse com a maior naturalidade que achava o TRE "um lugar bom para trabalhar, porque dá para ganhar um troquinho por fora, com os políticos", ao que respondi que ninguém nos oferece dinheiro, porque se isso ocorrer a pessoa sai de lá direto para a delegacia da Polícia Federal (em ambos os casos percebi que as pessoas, ignorantes, acharam que eu estava errado, mas com o tempo a gente aprende a tolerar essas idiotices.)

É simples: não precisamos bajular ninguém para sustentarmos honestamente nossas famílias, porque todo mundo está lá por méritos próprios e não deve favores a ninguém! Quando nos inscrevemos no concurso sabemos que o que nos aguarda, no sentido de que deixamos de lado nossas convicções políticas em nome de um bem maior, que é a lisura das eleições. Também votamos, mas não misturamos as estações...

Lembro que na eleição deste ano, quando a 98ª ZE conseguiu a façanha de terminar a apuração antes das 18 horas, todos comemoramos muito o feito alcançado. Aí um jornalista que estava lá perguntou-nos:
"- E o resultado?"
"- Resultado? 100%. Já transmitimos tudo!"

E o rapaz, com razão, insistiu:

"É, o resultado: quem ganhou a eleição aqui?

Só então lembramos de olhar para ver a votação de cada candidato... kkkkkkkkkk

Em resumo: O NOSSO LADO É O DA VERGONHA NA CARA, o que falta a muita gente neste país. Nós tomamos conta do galinheiro: FICAMOS DO LADO CONTRÁRIO AO DAS RAPOSAS

Parabéns pelo seu trabalho honrado, Fabinho!

OBS: quando ocorreu algo parecido comigo - mas menos grave -
escrevi "
Eu não sou dessa laia, não!", em julho deste ano.

4 comentários:

  1. Querido companheiro e amigo Marcelo Bessa Cabral, por mais que me esforce, palavras, por si só, nunca serão suficientes pra demonstrar/externar minha sincera gratidão por sua solidariedade, pelos adjetivos a mim endereçados! Até pq nem de (muito) longe tenho a sapiciência na escrita como vc tem!

    Msm assim, registro aqui (e também em minhas orações diárias) o meu muito obrigado!!!!

    De julho a outubro, nós trabalhamos, eu e vc, e outros tantos colegas nossos, cerca de DEZ a DOZE horas líquidas/dia, sem receber nada em contrapartida por isso (nem hora extra, nem banco de horas)....

    Pq fizemos? Pelo compromisso que temos com a sociedade, com o fortalecimento da democracia, pela nossa consciência íntegra de servidores públicos, dedicados e zelosos que somos...

    E ainda ter que suportar um(a) militante de um determinado grupo político se prestar a ter trabalho de ir pra frente de um computador e escrever algo ABSOLUTAMENTE descabido, mentiroso, falso, contra minha pessoa, endereçando seu e-mail à Ouvidoria do TRE-RJ?! É "dose"!

    Mas foi bom pq, após rigorosa apuração, com oitiva de várias pessoas, ao final ganhei mais dois elogios "rasgados" (03 laudas CADA UM), do Membro do Parquet e da Magistratura!

    E no dia 24/10, vindo do RJ, um outro prêmio: o PRÓPRIO Corregedor Regional Eleitoral-RJ, Juiz Antônio Augusto de Toledo Gaspar, determinou a extração de cópia, na íntegra, da denúncia, que foi "classificada" como descabida, maldosa e ARDILOSA, e remessa ao MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, para identificação do "IP" de onde partiu o e-mail usado e apuração criminal (Denunciação Caluniosa).

    Prevaleceu a justa justiça!

    Entendeu o eminente Corregedor que a Ouvidoria do TRE-RJ é, sim, de extrema importância, pq serve como canal para ouvir os "clientes" da Justiça Eleitoral, para "medir" a qualidade dos serviços prestados, etc.

    Todavia, não se pode usar a Ouvidoria de maneira, repito, ardilosa como "disque vingança" (esta expressão também restou consignada expressamente pela Autoridade Judiciária), deixando servidores íntegros, com carreira de longa data marcada por coleção de dezenas de elogios de vários Magistrados DIFERENTES, à mercê de grupos políticos!

    Em breve, quando o(a) autor(a) dessa insanidade e covardia (para mim, anonimato = covardia!) for identificado, vou postar TODAS as peças do Inquérito Policial e da posterior Ação Penal no facebook, vou digitalizar tudo, e postar, mostrando a minha "cara" (pois deito-me e durmo o sono dos justos) e não de forma covarde com que ele(a) fez a denúncia (anônima), e a "cara" do sujeito.

    Abcs!

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  2. Certa feita (na 6ª feira de carnaval deste ano/2012, recordo-me bem!), estimado amigo Marcelo, um certo político liga pro cartório "requisitando" uma equipe de fiscalização com urgência a um determinado local!

    Disse-lhe, educadamente:

    1) que ainda não havia nenhuma equipe de fiscalização nas ZE's;
    2) que, contudo, levaria o fato narrado imediatamente à apreciação judicial, e que, se fosse determinado, eu mesmo iria, às minhas expensas (pois nem veículos cedidos ainda tínhamos), apurar o fato.

    Insatisfeito, começou a "berrar" no telefone impropérios que algumas palavras eu até desconhecia, tamanha a ignorância, soberba, e falta de educação do sujeito.

    Disse-lhe, novamente, com educação:

    "Veja meu, rapaz, não sou fiscal de partido político, não sou Policial Militar, Civil, Federal, não sou serventuário de partido político, de Prefeito, de ex-Prefeito, de Vereador, de ex-Vereador, da Presidenta da República, etc. Sou serventuário da justiça! Cumpro ordens judiciais, e DESDE QUE não sejam manifestamente ilegais! Prestei acirrado concurso, e aqui estou por méritos próprios! Vc quer que eu cumpra ordens suas?? É fácil! Aqui há uma vaga de Juiz 'aberta' há quase dois anos, sem titular. Há um concurso da magistratura do TJERJ com edital aberto. Preste o concurso, seja aprovado, escolha a vaga daqui que está 'aberta', assuma o eleitoral, e aí vc vai me mandar! Fácil, não?!"

    E prossegui:

    "Rapaz, de hoje em diante, se quiser ser atendido por mim, peço a gentileza de comparecer pessoalmente aqui no cartório, no horário de expediente, pois não há na Lei 8.112/90 nem no Regimento Interno do TRE-RJ nenhum dispositivo legal que me obrigue a atender telefonemas seus, e a ter que ouvir essa baixaria, maluquices e grosseria. Tenha a certeza - absoluta - de que, por telefone, eu não te atendo nem uma vez mais sequer! Tenha uma ótima tarde e um excelente fim de semana!"

    Comuniquei esses fatos ao Juiz, e, de lá até os dias coevos, nunca mais atendi esse "rapaz" no telefone!

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  3. Tb acho um absurdo o uso irresponsável do anonimato. Pode acreditar ou nao, mas nunca usei este recurso.

    Mas, "data vênia", os argumentos voce usa para defender o seu colega - nao conheco nem o assunto, so estou falando de seus argumentos- sao problemáticos.

    Primeiro essa história de que, ao entrar para o quadro do TRE, os indivíduos deixam de lado suas conviccoes e preferências políticas. Com todo respeito, foi isso mesmo que voce quis dize? . Voce mesmo, como se pode ver aqui no blog, tem conviccoes políticas bem definidas,o que nao é problema algum, obviamente.

    Segundo. O argumento de que os funcionáros do TRE ficam do "lado contrário ao das raposas" é muito esquisto. Para se confie no trabalho de voces- e a confianca é merecidamente grande - na é preciso essa dinstincao das raposas. Este "outro indefinido". Como se de um lado estivesse os corruptos e de outros os honestos. Ora, isso significaria, que ninguem pode questionar, se for o caso, a correcao dos trabalhos. E como se houvesse um carimbo de honestidade, no qual devessemos confiar, e de outro lado as "raposas", na qual nunca devessemos confiar.

    Temo que este raciocínio tenda a corrobora a idéia de que a justica eleitoral é mais impotante do ela é. Como se ela coubesse protejer a democracia das raposas. Na democracia o julgamento mais importante é o voto com os quai se elgem aos políticos.

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    1. Roberto, hoje em dia alguém não usar do anonimato, como você (e eu também) é algo digno de registro. A que ponto chegamos: sob o manto da obscuridade e a título de "liberdade de expressão" (que também tem limites") as pessoas falam o que querem, acusam a todos, não provam nada e fica tudo por isso mesmo.
      Não tenho nada contra a pessoa ter opiniões contrárias à minha (como você normalmente as tem), mas não tolero é o anonimato, porque ele é covarde e só é usado por covardes. Fora o disque-denúncia, qualquer anonimato é odioso.
      Apenas uma observação: quando eu disse que deixamos de lado nossas convicções foi no dia-a-dia do trabalho, não em nosso interior. Se alguém da facção política que mais abomino tiver seus direitos tolhidos, serei o primeiro a defendê-lo (inclusive isso já aconteceu na prática).
      Minha maior convicção é a de que alguém tem que fazer as coisas com isenção, objetivamente considerada, não de forma subjetiva. E isso acontece na prática, porque não estamos nem aí para quem vai ganhar ou não a eleição e é isso que interessa. Repito: nós também votamos (tem gente que acha que não... rsrsrs)
      Quanto à questão das raposas é apenas uma figura de linguagem e evidentemente não cabe a mim nominar os "outros indefinidos", até porque eles estão aí às escâncaras e não conseguimos nos livrar deles (até porque quem tem a incumbência de nos apoiar e colocar em prática a lei e a ordem costuma "fazer vista grossa").
      Apenas lembro que urna não é tribunal e, por isso, não pode absolver os transgressores da lei. Assim sendo, penso que numa democracia o julgamento mais importante é o voto MANIFESTADO LIVREMENTE NUM PROCESSO DEMOCRÁTICO POSTO EM PRÁTICA DE ACORDO COM AS LEIS VIGENTES.
      Obrigado pela participação.

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Este é um blog de opiniões.
As postagens não são a tradução da verdade: apenas refletem o pensamento do autor. Os escritos podem agradar ou desagradar a quem lê: nem Jesus Cristo agradou a todos...

Eu publico opiniões contrárias à minha, sem problema algum. A não ser que eu o faça expressamente, o fato de liberar um comentário não quer dizer que eu concorde com o escrito: trata-se apenas de respeito à liberdade de expressão, que muito prezo.

Então por gentileza identifique-se, não cite nomes de políticos nem de partidos políticos brasileiros, não ofenda ninguém e não faça acusações sem provas.

OBS: convém lembrar que a Constituição proíbe o anonimato. Assim sendo, não há direito algum para quem comenta sem assinar: eu libero ou não o comentário se achar que devo.