Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

domingo, 21 de maio de 2017

Onde não há vergonha não há governo (nem nunca haverá)

Chico Buarque é um excelente exemplo de que por vezes o artista e a pessoa estão reunidos num mesmo corpo, mas seguem caminhos diferentes. Não concordo com as opiniões politicas dele (só fala besteiras, como elogiar o MST), mas o cara é um gênio da música!

Em 1976 ele compôs "O que será", música que tem três versões, com três letras diferentes e impressionantemente bem feitas. Na parte chamada "A Flor da Terra" é evidente a crítica inteligente ao governo então posto: por incrível que pareça, 41 anos depois a crítica continua atual:

O que será, que será? 
Que andam suspirando pelas alcovas? Que andam sussurrando em versos e trovas?
Que andam combinando no breu das tocas? Que anda nas cabeças, anda nas bocas? 
Que andam acendendo velas nos becos? Que estão falando alto pelos botecos?

E gritam nos mercados que com certeza está na natureza... 

Será, que será? 
O que não tem certeza nem nunca terá...
O que não tem conserto nem nunca terá...
O que não tem tamanho... 

O que será, que será? 
Que vive nas idéias desses amantes? Que cantam os poetas mais delirantes?
Que juram os profetas embriagados? 
Que está na romaria dos mutilados? 
Que está na fantasia dos infelizes? Que está no dia a dia das meretrizes? 
No plano dos bandidos, dos desvalidos? Em todos os sentidos... 

Será, que será? 
O que não tem decência  nem nunca terá!
O que não tem censura 
 nem nunca terá! 
O que não faz sentido... 

O que será, que será? 
Que todos os avisos não vão evitar? Porque todos os risos vão desafiar... 
Porque todos os sinos irão repicar... Porque todos os hinos irão consagrar... 

E todos os meninos vão desembestar! E todos os destinos irão se encontrar!
E mesmo o Padre Eterno, que nunca foi lá...

Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo (nem nunca terá!)
O que não tem vergonha (nem nunca terá!)

O que não tem juízo...

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