Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

quinta-feira, 26 de março de 2015

Quando querem transformar esperança em maldição, é o bem contra o mal: e você, de que lado está?

"A acumulação dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário nas mãos de um só indivíduo, ou de uma só corporação, seja por efeito de conquista ou de eleição, constitui necessariamente a tirania." James Madison ("O Federalista". Artigo nº 47. Jornal Daily Advertiser. Nova Iorque, 1787).

A democracia convive com as opiniões divergentes. Pode-se discordar, mas é errado satanizar o que os outros pensam com o objetivo único de posar de "defensor do povo", como se a virtude pertencesse somente a determinados grupos.

Temos que tolerar até mesmo as opiniões que achamos absurdas (desde que não sejam, por sí sós, ofensivas a ninguém): por mais que não concordemos com a ideia da meia-dúzia que, por exemplo, peça uma intervenção militar, temos que entender que as pessoas têm o direito de assim pensar e defender seu ponto-de-vista: é claro que dentre milhões de pessoas teremos quem pense em algo mais extremo, embora o próprio Clube Militar já tenha se manifestado favorável a uma solução jurídica, sem intervenção, para resolver a profunda crise na qual o país está mergulhado.

É preciso que o Brasil encontre uma solução para seu futuro pautada pela Constituição e pelas leis em vigor no país, que é o que os milhões de pessoas honestas que foram para as ruas em 15/03 querem: ninguém pretende apontar canhões para qualquer Palácio (isso sim seria golpismo), pois "é possível o mesmo povo que elege o político, destituir esse político", como já dizia aquele filósofo de botequim.

O que se vê hoje é a tentativa de transformar o debate sobre a corrupção e a necessária moralização do Brasil numa questão racial, numa luta de classes, numa nova divisão do país. Isso é uma vergonha! É muito fácil (e repugnante) transformar a opinião divergente num peso de 500 kg jogado nas costas de quem está apenas se manifestando democraticamente. Até mesmo negros que se manifestam livremente contra as cotas raciais são chamados de "racistas" (os brancos já perderam tal direito há muito tempo, sob pena de linchamento virtual).

É absurdo que "movimentos sociais" se pretendam porta-vozes exclusivos de temas como honestidade e "proteção da população" e que ajam como senhores da verdade (sempre sustentados por ONG's paradoxalmente mantidas com verbas públicas), a ponto de seus representantes irem à Venezuela discursar a favor do tiranete local, Nicolás Maduro, como se de grande democrata se tratasse! O que lhes pertence mesmo são temas como roubo, pilhagem, incompetência, crime, picaretagem, corrupção, afundar a Petrobrás... 

Os fatos são: a conta de luz subiu abusivamente; o dólar chegou a R$ 3,24; o país está em recessão; o desemprego chegou com força a todos os setores da economia; a gasolina custa 3,60 o litro, enquanto no resto do mundo o preço cai; foram desviados R$ 88 bilhões da Petrobrás; o BNDES emprestou bilhões de reais para ditaduras ao redor do mundo e se nega a prestar contas desses empréstimos por se tratarem de "contratos secretos"; as maiores autoridades da República são suspeitas de corrupção; o MST paga manifestantes para irem a um protesto e ameaça colocar um exército paralelo nas ruas para coibir quem pensa diferente deles...* Todo dia temos um escândalo novo, como no caso do "Mais Médicos", onde abertamente se tira dinheiro dos cofres brasileiros para dar à ditadura dos Castro, em Cuba (leia).

Além disso, a mídia é adestrada (e regiamente recompensada) para mascarar as dificuldades do país e transformar em recompensa a estupidez dos que dão apoio à corrupção, chamando de "elitista", burguês", "golpista" e "branco" (???) e acusando de prática de "crime de ódio" os milhões que se manifestam livremente, como autoriza a Constituição... e isso vira algo normal num país onde órgãos públicos pagam a "soldados de fora" para fazer o serviço sujo de espalhar mentiras: só mais um escândalo.

Até o Supremo Tribunal Federal resolveu reescrever a Constituição, em vez de guardá-la, invocando o festejado neoconstitucionalismo, que na verdade é a defesa da Constituição através de violações da própria Constituição, como já demonstrou Humberto Ávila.

É por tudo isso que é chegada a hora de cada cidadão deste país escolher de que lado dessa briga está. Assim, respondendo à pergunta do título (feita por Renato Russo na música "1965 - Duas Tribos", nos anos 80): "estou do lado do bem, com a luz e com os anjos". Eis o meu lado:

* trecho adaptado do perfil "Renato Renato", no Facebook.

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