Por trabalhar na Justiça Eleitoral, evito citar nomes de políticos e/ou partidos políticos brasileiros (embora eu pudesse fazê-lo sem problema algum, pois sou um cidadão como outro qualquer: o Código de Ética do TRE/RJ não tem vedação nesse sentido, porque o fato de ser servidor público não retira minha liberdade de expressão).

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ruim com ele, pior sem ele

O Porto do Açu é um excelente investimento para nossa região, onde sempre faltou emprego. Para alguns pode ser nossa redenção, mas não tenho conhecimento de causa para falar disso. O que não se pode negar é que o porto já começou a gerar empregos, fazer circular riqueza e alavancar negócios em Campos e São João da Barra.
Imagem: Construtora ARG
Mas, paradoxalmente, parece que virou "cult" em nossa região falar mal do porto, torcer para que tudo dê errado por lá ou comemorar disfarçadamente qualquer tropeço no andamento das obras ou saúde financeira das empresas que são responsáveis pelo negócio , ainda que isso venha a nos trazer prejuízo a longo prazo: ao contrário da riqueza finita gerada pelo petróleo, o porto tem prazo indeterminado para funcionar (é como falar mal da Globo: há um vídeo compartilhado aos milhares só por causa do rótulo "Pedro Cardoso detona a Globo", embora nele o ator não fale uma vírgula sobre a emissora...)...

A situação mais comum é, mesmo sem saber do que se está falando, marretar o processo de desapropriação. A culpa, como sempre, é colocada no perverso Eike Batista, embora tal procedimento seja previsto em lei desde a década de 40, e seja comum em empreendimentos desse porte: o que não pode é deixar de ser feito um megainvestimento desses porque as pessoas não gostam da ideia de sair de suas terras, o que é da natureza humana mas não tem amparo legal (se as pessoas receberem a indenização devida, têm que sair).

Claro, eu também acho que se as obras geraram a salinização das águas no entorno do porto, é dever da empresa corrigir os danos causados. Além disso, não concordo com a tal transposição do Rio Paraíba do Sul para atender ao porto, mas daí a entrar nessa histeria coletiva e ficar maldizendo um investimento tão grande só para parecer descolado há uma distância quilométrica: em lugar nenhum do planeta um empreendimento tão gigantesco consegue ser colocado em prática sem criar algum impacto ambiental.

Em tempo: Eike Batista é, para algumas pessoas, uma espécie de "inimigo público nº 1". Mas só até o dia em que ele resolver patrocinar o jornal/rádio/TV/blog/revista/ONG ou pagar R$ 5 milhões naquele terreninho que vale R$ 50 mil...

2 comentários:

  1. "A mensagem é clara, a região precisa do progresso, mas não a qualquer preço. Está na hora de o mega empresário Eike Batista calçar as sandálias da humildade, ouvindo os anseios da comunidade, investindo em um futuro sustentável para o seu negócio e preservar o meio ambiente, além respeitar o modo de vida das comunidades afetadas pela construção do porto, dando um basta às autoritárias desapropriações compulsórias por preços irrisórios e a negligência com a terra e água da região, um bem de todos."

    O trecho acima foi extraído da Folha Manhã e escrito por Esdras. Jornal esse que pública propagandas das empresas "X". Quando fala de pessoas que apontam irregularidades na forma da implantação do Porto do Açu e seus desdobramentos visando quem saber ter uns ($$$) patrocínios em seus blogs/jornais e etc. Imagino que tenha calculado isso devido a experiencia adquirida ao estudar e analisar o Judiciário Brasileiro. Que por exemplo é responsável por um vergonhoso placar de 440 x 0 quando julga mega empresas como a Souza Cruz e garante vitoria absoluta das ações, indo na contra mão do que acontece no mundo inteiro. Penso também que seus afazeres o dificultam de buscar na imprensa (Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Blogs e etc)detalhes de como realmente aconteceram as desapropriações na região do 5º Distrito (espero que o Sr. não tenha parentes por lá) Acompanhando esses veículos de imprensa poderá ver por exemplo que áreas foram desapropriadas ao vergonhoso valor de 1,99 por m². E seus reais donos expulsos sem sequer receber as migalhas que lhe são devidas. (Esses levantamentos não foram feitos por jornais, radios e blogs, mas por universidades da região - Assista a Trilogia das desapropriações aqui: http://amoscaazul.blogspot.com.br/2013/01/trilogia-de-videos-denuncia-situacao-do.html). Nunca li nesses anos de blog tantos comentários infelizes em uma só postagem. Mas quem sabe tudo isso não passou de um dia ruim.

    Abraços de um leitor assíduo do seu blog,

    Fabricio Freitas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode ser um dia ruim, pode ser uma opinião: cada um pensa de um jeito, sem problemas.

      Eu disse que as pessoas têm que sair "se receberem a indenização devida". Não falei que acho certo que aconteça alguma arbitrariedade. Pelo que vi de reportagens em telejornais e conversas com pessoas envolvidas no processo, que o que está acontecendo é que ninguém está sendo expulso, porque acredito que a Justiça não iria compactuar com um valor de R$ 1,99 o m2 (assim ninguém tem que sair mesmo).

      E outra: a Justiça jamais enviaria um Oficial de Justiça para tirar as pessoas de lá sem que antes houvesse o devido processo legal. Observei isso numa reportagem num telejornal que mostrava a "maldade" feita com os produtores mas uma Oficial de Justiça dizia na entrevista que isso não era verdade, que tudo estava dentro dos conformes. Ninguém lembra dessa fala, só da "maldade". Outro vídeo que mostra que há ORDEM JUDICIAL para que as pessoas saiam está a seguir (claro que também fico com pena!!!):

      http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Cvl2mYz6VvQ#!

      Mas não tenho mais detalhes sobre esses assuntos, como disse no começo da postagem. Até porque é difícil falar de "inimigos ocultos", como foi dito num dos vídeos (que, por sinal, só ouviu uma das partes, mesmo tendo sido feito por uma universidade, o que não lhe confere ares de verdade absoluta só por ter sido feito pela instituição que foi).

      O certo é que desapropriação é compulsória sim e desde a década de 40. Desapropriação não é venda. Se puder haver acordo tanto melhor, mas se não houver é forçado mesmo. Sempre foi e sempre será assim. Mas, claro, tem que ser pago um valor justo (observe que não entrei no mérito do valor, exatamente porque não sei quanto está sendo pago e não busquei porque apenas dei minha impressão: não faço jornalismo).

      Quero deixar claro que Eike Batista não patrocina meu blog... Rsrsrsrs

      Obrigado por estar sempre por aqui e fique sempre à vontade para discordar: quando a pessoa faz isso sem ofender, não incomoda: a divergência é natural.

      Excluir

Este é um blog de opiniões.
As postagens não são a tradução da verdade: apenas refletem o pensamento do autor. Os escritos podem agradar ou desagradar a quem lê: nem Jesus Cristo agradou a todos...

Eu publico opiniões contrárias à minha, sem problema algum. A não ser que eu o faça expressamente, o fato de liberar um comentário não quer dizer que eu concorde com o escrito: trata-se apenas de respeito à liberdade de expressão, que muito prezo.

Então por gentileza identifique-se, não cite nomes de políticos nem de partidos políticos brasileiros, não ofenda ninguém e não faça acusações sem provas.

OBS: convém lembrar que a Constituição proíbe o anonimato. Assim sendo, não há direito algum para quem comenta sem assinar: eu libero ou não o comentário se achar que devo.