1 - Todos têm o direito de não gostar de Donald Trump, Alexandre Frota, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, do cabelo da "Mendigata"? R: Sim, têm.
![]() |
Fernanda Lacerda, a Mendigata |
![]() |
Cris Vianna |
Os problemas sobre o tema são intencionalmente criados pela imprensa, de forma seletiva, direcionada a criar polêmica mesmo: quando alguém resolve não gostar de Jean Willys, Barack Obama, do MST ou de Maju Coutinho (atual moça do tempo do JN) corre sério risco de que a gritaria generalizada
troque o foco do assunto para "preconceito", "discriminação", "racismo" ou até "fascismo", quando é apenas "gosto".
Quem não gosta da família tradicional pode defender "novas formações familiares": isso é garantido pela democracia. Mas por que motivo é hoje tão arriscado defender a família como Deus fez? Por que motivo os defensores da "nova família" tratam toda e qualquer discordância como absurda, preconceituosa ou inaceitável? O jogo democrático é via de mão dupla e não cabe a um dos lados exercer uma pretensa superioridade moral, como faziam os black blocks e mais recentemente os vândalos de Berkeley.
Em 2015 o craque Yayá Touré* falou à France Football sobre os jogadores africanos:
Em 2015 o craque Yayá Touré* falou à France Football sobre os jogadores africanos:
"Africanos
têm tendência a afrouxar. Vivem num mundo próprio. Acham que já conseguiram,
que são os melhores, os mais fortes. Não entendem que existem muito mais
montanhas para subir até chegar ao topo. Infelizmente, só veem o lado bom do
trabalho: as garotas, as festas, os carros e as roupas. E desistem rápido
demais da ideia de alcançar os melhores jogadores. Muitos
estão contentes com pouco. Mandam dinheiro para casa e estão seguros pelos
próximos anos. Tenho o sentimento de que se proíbem de sonhar alto, com uma
resignação fatalista. Acreditam que o máximo nível não é para eles".
Trata-se
da opinião dele, que não concorda com o jeito que seus conterrâneos encaram os desafios do futebol: nada demais. Mas o que aconteceria se alguém tão por dentro do futebol quanto o africano Touré – mas que fosse branco e louro como David Beckham – dissesse a
mesmíssima coisa? Também não deveria haver questionamento algum, mas alguém duvida de que o mundo desabaria sobre ele, com
acusações de racismo, manifestações, petições on-line, perda de contratos, "desconvites" para eventos etc? Ou será que Touré, por ser negro, tem direito de falar o que bem entender e Beckham, por ser branco, não o tem?
No artigo intitulado "Fim de Papo", Rodrigo Constantino disse:
No artigo intitulado "Fim de Papo", Rodrigo Constantino disse:
George Orwell descreveu
em “1984” o inferno que seria viver num mundo dominado pelo “Grande Irmão” (...) O que ele não poderia ter previsto é um mundo dominado não por um,
mas por milhões de “pequenos irmãos”, todos atentos a cada comentário nas redes
sociais, para verificar se estamos seguindo de perto a cartilha do
politicamente correto. Essa
patrulha demonstra um grau de intolerância com as divergências diametralmente
oposto ao grau de tolerância que alega defender. Os patrulheiros falam em nome
das “minorias”, desejam salvar o planeta, combatem todo tipo de preconceito e
amam todos, desde que se encaixem exatamente no perfil “correto” que eles
mesmos possuem. Desviou uma vírgula, fogo no herege!
Em "O Direito de Ser Incorreto", o indefectível Alexandre Garcia escreveu sobre o Brasil:
"Os governos (...) foram separando os
brasileiros por cor da pele, por etnia e por preferências sexuais. Sempre
pensei que todos fôssemos brasileiros. Agora só posso bater boca com
alguém que tenha a mesma cor ou os mesmos cabelos que eu, ou o mesmo peso, ou
vão me acusar de preconceituoso.
Após ser virtualmente linchada e ameaçada de morte, estupro e espancamento por ter dito não ter certeza de que bicicletas seriam uma alternativa viável de transporte em São Paulo, Mônica Waldvogel publicou na Folha de São Paulo o artigo "Máxima Culpa":
Ativistas de qualquer causa estão sempre atentos e bem municiados. A barafunda de argumentos, ofensas e desqualificações com que atacam é tão avassaladora que a retratação do pecador é inócua. Tornar alguém um saco de pancadas pela maior duração possível é o modo de operar da luta política no século 21. (...) Ativistas parecem lutar por um direito intangível e inacessível: o de não serem ofendidos pela opinião dos outros. Esse é um mundo impossível.
O que poucos têm se lembrado é que desde que a pessoa não ofenda ninguém nem incite a violência contra quem quer que seja, nenhuma lei, de nenhum país, jamais vai poder proibir as pessoas de exercerem o direito de não gostar, ainda que os ativistas mimados e desocupados não gostem disso: eles têm o direito de não gostar (o mesmo que a democracia lhes garante e que eles – se dizendo tolerantes – negam a quem deles discorda – em clara atitude de intolerância).
*Um dos africanos de maior destaque no futebol mundial nesta década,
eleito quatro vezes o melhor jogador da África, que joga no meu Manchester City.
eleito quatro vezes o melhor jogador da África, que joga no meu Manchester City.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este é um blog de opiniões.
As postagens não são a tradução da verdade: apenas refletem o pensamento do autor. Os escritos podem agradar ou desagradar a quem lê: nem Jesus Cristo agradou a todos...
Eu publico opiniões contrárias à minha, sem problema algum. A não ser que eu o faça expressamente, o fato de liberar um comentário não quer dizer que eu concorde com o escrito: trata-se apenas de respeito à liberdade de expressão, que muito prezo.
Então por gentileza identifique-se, não cite nomes de políticos nem de partidos políticos brasileiros, não ofenda ninguém e não faça acusações sem provas.
OBS: convém lembrar que a Constituição proíbe o anonimato. Assim sendo, não há direito algum para quem comenta sem assinar: eu libero ou não o comentário se achar que devo.